Ecologia da interação entre formigas, herbívoros e Ouratea spectabilis Engl. (Ochnaceae): condicionalidade nos resultados das associações dependente de variação geográfica e temporal uma discussão à luz da teoria dos mosaicos geográficos da coevolução de Thompson

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/02/2010

RESUMO

A herbivoria é um importante fator de estruturação e diversidade das comunidades naturais, e varia em função de sazonalidade, variação espacial e pelas interações plantaherbívoros- predadores. Como resposta à herbivoria, as plantas apresentam diferentes estratégias de defesa, principalmente químicas, físicas, fenológicas ou bióticas. As associações com formigas, atraídas por nectários extraflorais (NEFs), são provavelmente as principais defesas bióticas dos vegetais. A presente tese como objetivo avaliar a variação ao longo do tempo dos benefícios conferidos pelas formigas visitantes de NEFs de Ouratea spectabilis (Ochnaceae) no ambiente Cerrado, contra a ação de herbívoros. A hipótese que todas as espécies de formigas protegem a planta ao receber néctar extrafloral. Para tal, avaliou-se o quanto as formigas ganham ao visitar nectários extraflorais. Montamos três experimentos, isoladamente: no primeiro, manipulamos em laboratório, formigueiros e plantas com e sem NEFS para mensuramos o ganho das formigas em receber o néctar extrafloral foi testada como alimento complementar; no segundo avaliamos em campo o desempenho de uma espécie de formiga (Cephalotes pusilus) para saber se todas as espécies realmente conferem proteção as plantas portadoras de NEFs e em um ultimo experimento, através da permanência e exclusão de formigas, avaliamos a interação simultaneamente por dois anos em Uberlândia MG, Água Clara MS e Brasília DF, afim de testar a Teoria dos Mosaicos Geográficos da Coevolução. Conseguimos demonstrar pela primeira vez, de forma evidente, que formigas obtém benefícios ao se alimentar de néctar extrafloral, aumentando o peso e número de indivíduos no decorrer de um ano. Conseguimos demonstrar que algumas formigas, neste caso Cephalotes pusilus, não confere proteção alguma a planta e que simplesmente se alimenta de néctar e pólen, mostrando que nem todas as espécies se comportam de maneira agressiva e possuem características para proteger a planta. E no ultimo caso, conseguimos demonstrar que as interações entre formigas e Ouratea spectabilis apresentam o mesmo significado ecológico, independendo da região geográfica. Sugere-se que se um tipo de interação é resultado de coevolução, o conjunto de elementos interagentes está sujeito a pressões seletivas semelhantes que conduzirão a interação para um mesmo resultado, neste caso, uma relação mutualística, corroborando com a teoria que foi testada.

ASSUNTO(S)

mutualismo mosaicos geográficos coevolução formigas interação inseto-planta mutualism geographic mosaic coevolution behavior ecologia interação insetoplanta comportamento interaction insect-plant ants

Documentos Relacionados