Doença de Alzheimer: estudos sobre acurácia diagnóstica nos pacientes em uso de anticolinesterásicos e a percepção dos familiares quanto aos seus benefícios.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/12/2010

RESUMO

Estudo realizado no Ambulatório de Neurogeriatria do Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Objetivos: Estudar a acurácia diagnóstica na Doença de Alzheimer nos pacientes em tratamento com anticolinesterásicos disponibilizados pela Farmácia de Medicamentos Excepcionais e verificar o impacto desta terapêutica pela percepção dos familiares ou cuidadores. Métodos: Estudo transversal (prospectivo); a seleção da amostra ocorreu de forma aleatória, no período compreendido entre maio de 2008 e fevereiro de 2010. A certificação do diagnóstico da Doença de Alzheimer obedeceu critérios do NINCDS-ADRDA, complementada pela Escala de Avaliação Clínica da Demência (CDR), Escala para Avaliação de Incapacidades na Demência (DAD) e entrevista com familiar e ou cuidador (Questionário estruturado). Estatisticamente utilizaram-se tabelas de frequências cruzadas, teste Qui-Quadrado, teste exato de Fisher, teste de Kruskal-Wallis, teste t e análise de componentes principais, nível de significância 5%. Resultados: Participaram 106 pacientes, categorizados em Grupo PC, quando preenchiam os critérios para DA e Grupo ÑPC quando não preenchiam. O Grupo PC constituiu-se de 52 pacientes e o Grupo ÑPC de 54 pacientes. No Grupo PC observou-se idade elevada (média 78anos), 85% dos pacientes com MEEM abaixo do esperado, desempenho pior na DAD (mediana 25); de acordo com a gravidade 37% estavam na fase leve, 48% na fase moderada e 15% na fase grave, o tempo de tratamento era maior e com doses plenas de anticolinesterásicos. No Grupo ÑPC as idades eram menores (média de 74anos), 50% dos pacientes com MEEM abaixo do esperado, desempenho x melhor na DAD (mediana 75), com menos tempo de tratamento e em doses subterapêuticas. No Questionário estruturado (QE), em relação à memória todos pacientes do Grupo PC apresentaram déficit, 18% melhoraram e 54% piorou e no Grupo ÑPC 13% não apresentaram déficit, 48% melhoraram e 13% piorou. Na avaliação da orientação temporal no Grupo PC, 8% dos pacientes não apresentaram desorientação, 8% melhoraram e 62% pioraram, já no Grupo ÑPC, 37% não apresentavam, 30% melhoraram e 16% pioraram. Na orientação topográfica, nos pacientes do Grupo PC, 77% não saíam sozinhos e no Grupo ÑPC 54% não apresentavam dificuldade em orientar-se. No Grupo PC, 14 dos 15 sintomas neuropsiquiátricos apresentavam maior freqüência; apenas depressão foi maior no Grupo ÑPC. No desempenho das Atividades de Vida Diária, os pacientes do Grupo PC pioraram em todos os itens em relação ao Grupo ÑPC. Conclusões: Foi observado que 51% dos pacientes que utilizavam anticolinesterásicos não preencheram os critérios para o diagnóstico de DA provável, idade elevada foi associada ao Grupo PC, que apresentou MEEM rebaixado, desempenho pior na DAD e no QE. No Questionário Estruturado os pacientes do Grupo ÑPC mostraram um comportamento diferente, talvez por ter outros diagnósticos, apresentaram desempenho melhor.

ASSUNTO(S)

doença de alzheimer acurácia diagnóstica anticolinesterásicos percepção do familiar ou cuidador neurologia alzheimer disease diagnostic accuracy cholinesterase perception of family or caregiver.

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