Do Sensível ao Inteligível: O Auto de São Lourenço

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O teatro se constituiu como um dos mais importantes recursos pedagógicos utilizados pelos missionários jesuítas, no contexto da Reforma Católica, no século XVI. A representação cênica dos populares Autos de conotação religiosa objetivava a promoção da Fé católica entre os povos indígenas da América portuguesa e a adaptação desses povos à sócio-cultura euro-cristã. O processo de elaboração das representações culturais, no seio dos encontros e confrontos, característicos do esforço salvacionista mercantil, a formação de novos modelos de organização social e de valores, no âmbito de uma cultura mestiça, tendo por fundamento a circularidade cultural, gestadora de novos paradigmas, são aspectos de grande relevância para uma análise da ação missionária da Companhia de Jesus. No presente trabalho analisaremos esses aspectos a partir de um documento que, em sua origem, destinava-se à inserção dos indígenas aldeados na sociedade colonial o Auto de São Lourenço escrito pelo padre José de Anchieta entre 1580-1583. Sendo um objeto mestiço, o Auto de São Lourenço, constitui-se como um notável exemplo de recurso pedagógico utilizado pela Companhia de Jesus na catequese indígena. Intermediando tradições distintas, José de Anchieta, em consonância com a índole universalista da Companhia, objetivava a cristianização da cosmogonia indígena a partir da cultura dirigista barroca. José de Anchieta, no Auto de São Lourenço, engendra um intenso intercâmbio de signos no qual, a arte, a educação e a religiosidade são indissociáveis. A análise desse processo de intermediação sígnica, integrante da catequese jesuítica, ainda é muito discutida na cultura histórica contemporânea.

ASSUNTO(S)

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