Do Manifesto Surrealista à sua performance e sanção: questões de um contrato comunicacional

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Esta pesquisa tem por objetivo compreender o contrato comunicacional estabelecido pelas obras surrealistas, através de uma semiotização desse movimento artístico, por um exame dos efeitos de sentido de incoerência, como relevância da chamada poética da ambigüidade. Com o objetivo de aumentar a inteligibilidade dos discursos surrealistas, analisam-se os seus enunciados, em relação à enunciação, na construção dos mecanismos de instauração dos imbricados enigmas que se apresentam em seus textos. Consideram-se os eventos do Surrealismo na sua complexidade sincrônica e diacrônica, subordinando os fatos históricos às produções textuais, a partir das quais foram identificadas as fases de sedimentação, de concretização e de consagração do movimento. Considerou-se o Manifesto surrealista de 1924 como a primeira fase, onde se estabelecem os mecanismos de instauração dos contratos enunciativos, que são atualizações dos valores virtuais presentes nas estruturas sêmio-narrativas. Os artistas Max Ernst, Salvador Dali e René Magritte são tomados por sujeitos que aderem a este contrato enunciativo e promovem a perpetuação dos ideais surrealistas, multiplicandoos em seus textos visuais, como fica mostrado na análise das obras do corpus desta dissertação. Da análise de um capítulo extraído do livro Le Surrealisme et la Peinture, de André Breton, depreende-se um julgamento crítico, que sanciona o fazer interpretativo e performático destes artistas, de acordo com os parâmetros estabelecidos no próprio Manifesto de 1924. Transitando pela literatura e pelas artes plásticas, respeitando a interdisciplinaridade constitutiva original do movimento. Buscou-se o paradigma surrealista, a partir da construção da interatividade entre estas duas linguagens, unidas em nome de uma estética comum

ASSUNTO(S)

surrealismo manifesto surrealista comunicacao estetica surrealista

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