From regional isolation to globalization: contradictions related to the development in the extreme south of Bahia / Do isolamento regional à globalização : contradições sobre o desenvolvimento do Extremo Sul da Bahia

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo principal oferecer uma contribuição para se entender a trajetória geográfica do Extremo Sul da Bahia, uma região conhecida primordialmente por ser um referencial histórico para o Brasil, tendo em vista ser ela um marco da chegada dos portugueses ao país. Passados mais de quinhentos anos a região só recentemente conhece o crescimento econômico combinado com o aumento em sua demografia. Até o final da primeira metade da década de 1980 o Extremo Sul da Bahia não passava de uma periferia pobre do estado da Bahia que tentou fazer da região uma área produtora de cacau para abastecer o pólo de Itabuna-Ilhéus. Paralelamente a este modelo de administração adotado pelos governos baianos a região foi sendo reconfigurada pelo extrativismo vegetal e pela pecuária, o que leva a região a ter uma outra interpretação no cenário brasileiro: o Extremo Sul da Bahia havia se tornado uma área de expansão do Sudeste do país. Com uma posição geográfica privilegiada o Extremo Sul da Bahia é considerado, atualmente, um pólo de desenvolvimento estadual e funciona como uma ponte que liga o Nordeste e o Sudeste. A região possui uma dimensão territorial maior que o estado de Sergipe e até mesmo supera a área de alguns países, portanto pesquisá-la exigiu um grande esforço para compreender toda a sua diversidade produzida pela natureza e pela sociedade. Atualmente o Extremo Sul da Bahia é caracterizado econômica e ambientalmente pela produção de eucalipto, no entanto, há outras atividades que têm grande relevância como o turismo, a pecuária e os cultivos de café e cana-de-açúcar. Este último já está adquirindo proporções tais quais as das áreas de eucalipto. Juntos, o eucalipto e a cana são motivos de constantes questionamentos no que tange ao controle das suas áreas de plantio. E pelo que se observa os conflitos com movimentos sociais e organizações não governamentais devem continuar, pois são parte de uma dialética entre o desenvolvimento econômico e a conservação do meio ambiente combinado com a produção de alimentos. Percebe-se que a região cresce de maneira desigual, onde aqueles municípios que possuem maior influência política e econômica concentram os maiores recursos públicos e privados, levando uma preferência pelo localismo em detrimento da coletividade. Esta dinâmica mostra que não é o fenômeno da globalização que fragmenta os lugares, mas o comportamento tradicional do modo de se fazer política não só na Bahia como no Brasil. O paradoxo é que mesmo havendo explicitamente uma opção pelo desenvolvimento local há também alguns discursos internos que propõem a formação de uma outra Unidade Federal a partir do Extremo Sul da Bahia, o que pode ser algum rebatimento da Crise do Federalismo na região. Assim, a região é o reflexo dos velhos e novos problemas regionais que acontecem tanto no âmbito estadual quanto no federal.

ASSUNTO(S)

desenvolvimento regional globalization geografia globalização extremo sul da bahia extreme south of bahia regional development

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