Dizem que os cães vêem coisas: o transitar dos manuscritos / They say the dogs see things: moving though the manuscripts

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Nossa pesquisa se concentrou no conjunto de manuscritos relativo à gênese dos contos A Carta e O Cachorro, ambos contidos no volume Dizem que os cães vêem coisas, 1 e 2 edições, para compreender o itinerário da escritura do contista cearense Moreira Campos. Com esse propósito, tomamos como base a fundamentação desenvolvida pela teoria da Crítica Genética, nova corrente de pesquisa no campo das artes, que tem como objetivo demonstrar o processo da criação artística, fazendo uso de inferências sobre os procedimentos utilizados, a partir das marcas deixadas pelo artista no caminho de sua criação. O estudo foi estruturado em: apresentação, cinco capítulos, conclusão, anexos e referências bibliográficas. No primeiro capítulo, descrevemos a origem do AMEC da UFC, por ser a fonte de nossa pesquisa, priorizando o acervo de Moreira Campos. Classificamos sua documentação e relatamos seus primeiros frutos. No segundo capítulo, apresentamos síntese da vida e obra de Moreira Campos: especificidades pessoais e literárias. No terceiro capítulo, relatamos a trajetória da Crítica Genética, seus precursores, surgimento na França e no Brasil, tendo como parâmetro a visão de Almuth Grésillon, a metodologia idealizada por Bierre-Marc de Biasi e leituras enriquecidas por trabalhos de estudiosos brasileiros e de outros estrangeiros, referidos sempre em rodapé. No quarto capítulo, analisamos o corpus: sua complexidade e singularidade. Detalhamos particularidades do nosso objeto de trabalho, ou seja, do conjunto de documentos integrantes dos dossiês genéticos dos contos A Carta e O Cachorro, agregados por nós até o presente momento: descrevendo a origem de cada versão (suporte, instrumento de escrita, condições físicas). No quinto capítulo, especificamos os critérios para a análise do nosso objeto de estudo; cotejamos as versões de cada conto, suas diversas fases de elaboração, inclusive as constantes em edições revisadas pelo autor; indicamos as variantes entre as versões cotejadas, analisando-as para verificar os procedimentos utilizados por Moreira Campos, em seu fazer literário; e formulamos hipóteses sobre seu processo de criação, a partir das marcas de suas campanhas sobre o texto. Na conclusão, comentamos as inferências sobre os bastidores da escrita moreiriana, fundamentadas nos dados estilísticos do autor e nos pressupostos teóricos da Crítica Genética. Percebemos algumas práticas recorrentes de escritura e reescrita que podem licenciar características singulares das estratégias utilizadas pelo autor em sua criação literária, como, por exemplo, adaptação de texto a novos paradigmas da linguagem; a aproximação da linguagem ficcional à linguagem coloquial; a busca pela síntese.

ASSUNTO(S)

genetic criticism literatura brasileira crítica genética campos,moreira,1914-1994.dizem que os cães vêem coisas - crítica e interpretação literatura cearense manuscripts crítica genética moreira campos literature from ceara manuscritos crítica textual contos brasileiros - ceará acervo collection moreira campos

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