Diz-me quem educas, e eu identificarei que educador tu és!: as representações de educando-pobre e a formação da identidade profissional do educador social em ONGs caritativas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O processo de formação identitária do educador social carrega as marcas tanto da sua prática educativa não-formal quanto do seu relacionamento com os outros que constituem o seu ambiente educacional. O estudo das representações de educando-pobre torna-se uma importante ferramenta para entender o processo identitário que o faz se reconhecer como educador frente a um outro que se constitui parte dos relacionamentos, em seu campo de atuação sócio-educacional do Terceiro Setor. Assim, esta pesquisa objetivou identificar a relação entre as representações de educando-pobre e a identidade profissional dos educadores atuantes no campo da educação não-formal de duas instituições sócio-educativas uma no subúrbio do Rio de Janeiro-RJ, e outra na periferia de Belo Horizonte-MG de uma rede de ONGs caritativas do Terceiro Setor, administrada pela Igreja Católica Apostólica Romana. A partir da análise retórica das entrevistas semidirigidas realizadas junto aos educadores sociais de cada uma das ONGs caritativas (em um quantitativo proporcional a 20% de educadores de cada instituição), dos registros documentais e do diário de campo do pesquisador, identificou-se a existência de um modelo figurativo de resgate social, partilhado por duas representações sociais a de educando-pobre e a de ONG caritativa que organizam, orientam e condicionam o processo de atribuição e pertença entre as distintas categorias sociais presentes na negociação entre os educadores sociais e os outros grupos sociais, em suas práticas sócio-educativas com os educandos-pobres. No contexto sócio-educativo-religioso das ONGs católicas, o educando-pobre se apresenta como o pobre Lázaro que, organizado pelo modelo figurativo das representações sociais, é o pobre fragmentado econômica, social e moralmente pela sua condição de pobreza. Este será reconhecido como o estegano-outro, assumindo a função de mascarar as reais demandas sociais e educacionais do educando-pobre. Desta forma, as representações sociais de educando-pobre e ONGs caritativas, no processo identitário do educador social, legitimam a existência das instituições sócio-educativas católicas no Terceiro Setor e a criação de uma iconidentidade profissional que reafirma a importância dos educadores sociais como profissionais responsáveis pela integração das camadas empobrecidas à sociedade civil, por meio de práticas sócio-educativas

ASSUNTO(S)

psicologia educacional identidade profissional representações sociais pobres educador social professional identity social representations poor persons social educator

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