Distribuição normal-logarítmica de espécies arbustivo-arbóreas em um fragmento de cerrado (São Carlos, Sudeste do Brasil)

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Botany

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005-03

RESUMO

O modelo normal-logarítmico é freqüentemente encontrado em comunidades, sobretudo naquelas ricas e determinadas por vários fatores ambientais, como o são as comunidades vegetais de cerrado. Testamos a hipótese de que a distribuição de abundância das espécies arbustivo-arbóreas em uma comunidade vegetal de cerrado sensu stricto se ajusta ao modelo normal-logarítmico. Para isso, lançamos 20 linhas em um fragmento de cerrado, nas quais amostramos 800 indivíduos arbustivo-arbóreos pelo método de quadrantes. Construímos o histograma da distribuição das freqüências das espécies, verificamos sua normalidade com o teste Kolmogorov-Smirnov e estimamos o número esperado de espécies arbustivo-arbóreas para a comunidade. Das 63 espécies encontradas, Anadenanthera falcata (com 185 indivíduos), Eriotheca gracilipes (43), Stryphnodendron obovatum (37) e Miconia albicans (36) foram as mais abundantes. Doze espécies foram representadas por um único indivíduo. Não rejeitamos a hipótese nula de que a distribuição de espécies arbustivo-arbóreas foi normal e, portanto, suas abundâncias se ajustaram ao modelo normal-logarítmico. Dessa forma, com nosso trabalho, podemos prever que comunidades vegetais de cerrado se ajustam ao modelo normal-logarítmico. Se, de fato, esse padrão se mantiver em outras comunidades de cerrado, existirão implicações para a conservação desse tipo vegetacional, pois as espécies raras são susceptíveis à extinção, e para a estrutura da comunidade, já que as espécies dominantes podem funcionar como espécies-chave.

ASSUNTO(S)

abundância cerrado distribuição normal-logarítmica savana

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