Distribuição espacial e sazonalidade na borboleta Heliconius sara apseudes (Nymphalidae: Heliconiini) em uma floresta subtropical, no litoral do sudeste brasileiro / Spatial and seasonal distribution in the butterfly Heliconius sara apseudes (Nymphalidae: Heliconiini) in a subtropical forest in southeastern Brazilian coast

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/08/2011

RESUMO

A ecologia de populações busca entender a variação na abundância das espécies no tempo e no espaço. Espécies que possuem ciclos de vida de curta duração, como a maior parte dos insetos, se tornam especialmente convenientes para essa finalidade. Este estudo examinou os padrões de abundância durante o ano 2009 de uma borboleta tropical próximo ao limite de sua distribuição geográfica, no sudeste do Brasil, em uma localidade subtropical. Neste trabalho, Heliconius sara apseudes foi estudada ao longo de uma estrada no Vale do Rio Quilombo, próximo à cidade de Santos, SP, Brasil, usando a metodologia de captura, marcação, liberação e recaptura (CMLR). Foram marcados 498 indivíduos de Heliconius sara (378 machos e 120 fêmeas) sendo 27,7% destes recapturados. Em 2009, indivíduos adultos de ambos os sexos apareceram na área na última semana de abril, sendo que os machos tiveram pico no início do mês de maio enquanto as fêmeas no fim do mês de abril. Os machos sempre foram muito mais abundantes que as fêmeas, independente da parte da estrada e da época do ano. Durante abril, plantas floridas, que servem de alimento para os adultos, eram abundantes. A abundância de adultos se manteve alta de abril a julho, seguido por um período de crescente raridade até sumir da área no início de outubro. Espacialmente, a abundância de H. sara foi maior na unidade demográfica 2 (final da estrada), próxima à serra, quando comparada com o início. A atividade, número de indivíduos voando, foi maior no final da estrada do que no início. Indivíduos marcados em diferentes segmentos da estrada se mostraram altamente residentes (96%). Os poucos que se dispersaram mais que 100 m (6 entre 138 recapturas) eram machos. O tempo médio de permanência no local foi de 18,8 dias para recapturas, com uma permanência máxima de 86 dias para machos e de 44 dias para fêmeas. Por fim, o comprimento da asa anterior (CAA) das fêmeas foi superior (2mm) ao dos machos. Diferente de H. sara de populações de Carajás - PA e de Linhares - ES que apresentam adultos ativos o ano inteiro, a população do Vale do Rio Quilombo aparentemente recruta de forma concentrada no mês de abril e some sem vestígios em outubro, ou mantêm populações baixas ou persiste em refúgios ecológicos sazonais

ASSUNTO(S)

ecologia populacional heliconiini sazonalidade population ecology heliconiini seasonal atlantic forest

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