Distribuição espacial do risco associado a eventos raros por geoestatística binominal e simulação condicionada / Spatial distribution of risk in rare events for binomial geostatistic and conditional simulation

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Muitos eventos de interesse em políticas públicas como saúde e segurança são de baixa frequência de ocorrência ou eventos raros, como por exemplo, os vários tipos de câncer, os diversos tipos de violência e outros. Esses eventos se manifestam em pessoas, as quais não estão distribuídas aleatoriamente no espaço, e devido a isso, ao se trabalhar com registros de saúde e segurança para avaliar riscos, deve-se estimar a probabilidade do evento ocorrer. Neste contexto, ferramentas de análise que permitam produzir uma avaliação do risco e de sua distribuição espacial potencializam os meios de vigilância e, conseqüentemente, possibilitam fornecer informações importantes para o desenho de políticas de promoção da saúde e segurança, considerando novas estratégias de controle e prevenção. Esta tese oferece uma contribuição nesta direção. Uma metodologia geoestatística é empregada para a estimação e mapeamento do risco em eventos raros. Supõe-se que o risco é uma variável aleatória contínua e espacialmente correlacionada, cujos valores não são diretamente observados. A informação disponível são dados de taxa agregados por unidades de área (municípios, distritos, setores censitários e outros), definida como sendo a razão entre o número de eventos ocorridos numa determinada área e o número de pessoas expostas à ocorrência desse evento. Considera-se o número de casos ou eventos ocorridos numa determinada área como sendo uma variável aleatória com distribuição binomial. Um estimador para o semivariograma do risco é proposto para a análise e definição da estrutura de correlação espacial do risco. Este estimador considera na estimação de seus parâmetros a instabilidade que se observa nos dados e a sua tendência. Esta instabilidade é decorrente de áreas com pequenas populações. Seu comportamento é verificado através da co-krigeagem binomial e de um estudo de simulação que objetiva avaliar a estrutura de correlação espacial do risco estimada versus a simulada. A estrutura de correlação espacial do risco imposta pelo estimador proposto, conjuntamente com a informação disponível são empregadas no procedimento de co-krigeagem binomial para a obtenção de uma superfície da média da distribuição do risco. Para explorar outros momentos da distribuição do risco, empregase o procedimento de simulação seqüencial condicionada não-paramétrica. Um conjunto de realizações alternativas igualmente representativas do risco é gerado. Isto possibilita avaliar a probabilidade do campo aleatório em estudo exceder um dado valor de corte e, posteriormente, estabelecer cenários de risco mais adequados, por exemplo, para fins de planejamento de ações de vigilância e/ou intervenção. Como demonstração da técnica proposta, um estudo de caso é conduzido para o risco de homicídio na cidade de São Paulo, no triênio 2002 - 2004. Os resultados obtidos são condizentes com a estrutura urbana da cidade, através da observação de outros estudos, e apontam um caminho para o avanço nos sistemas de apoio a vigilância e a tomadas de decisões.

ASSUNTO(S)

semivariograma do risco cokrigeagem binomial sensoriamento remoto simualação sequencial condicionada risk semivariogram remote sensing conditional sequential simulation análise espacial geoestatística binomial cokriging spatial analysis geostatistics

Documentos Relacionados