DISTRIBUIÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE HIDROCARBONETOS EM SEDIMENTOS DO ESTUÁRIO DO RIO SERGIPE. / DISTRIBUTION AND QUANTIFICATION OF HYDROCARBONS IN SEDIMENTS OF RIVER ESTUARY SERGIPE.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/02/2012

RESUMO

A bacia Hidrográfica do Rio Sergipe está situada na região central do estado de Sergipe, no sentido oeste-leste, abrangendo 26 municípios, com uma área correspondente a 3.673 km e ocupação populacional de 1.213.607 habitantes, segundo o censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesta região são desenvolvidas diversas atividades, entre elas podemos destacar a atividade de pesca, a atividade petrolífera e de abastecimento humano. O presente trabalho visa compreender a distribuição dos hidrocarbonetos alifáticos no estuário do rio Sergipe. A partir do estudo desses hidrocarbonetos ou biomarcadores geoquímicos, é possível saber como acontece a deposição sedimentar dos alcanos saturados e isoprenóides, bem como o impacto ambiental associado a esse aporte. Para a realização desse estudo dezoito amostras de sedimentos superficiais foram coletadas ao longo do estuário. Para a compreensão da distribuição desses hidrocarbonetos na região foram considerados vários índices geoquímicos, entre eles: o Índice Preferencial de Carbono (IPC), a Razão Terrestre Aquática (RTA), e Razão Pristano/Fitano. Os resultados da análise dos sedimentos amostrados indicaram a influência antrópica, o que pode ser observado a partir das concentrações elevadas dos n-alcanos pares na série homóloga. Também foi observado em sete dos nove pontos estudados a presença de uma mistura complexa não-resolvida (UCM), evidência muito importante de contaminação petrogênica. Nos pontos estudados, no inverno, os n-alcanos apresentaram valores de concentração entre 9,86 e 30,78 μg.g-1 enquanto que no verão os valores apresentaram variação entre 2,8 e 26,1 μg.g-1. A quantidade de mistura complexa não resolvida (UCM) na primeira campanha (inverno) variou entre 31,1 e 500,1 μg.g-1, enquanto que no verão essa variação foi de 1,2 a 135,8 μg.g-1. Já os hidrocarbonetos alifáticos totais apresentaram no inverno valores entre 12,5 e 553,2 μg.g-1 e no verão variou de 9,7 a 236,7 μg.g-1. Os índices de distribuição e os parâmetros de composição sugerem uma origem predominantemente antropogênicas em sete dos nove pontos de amostragem. Para dois pontos (P6 e P9) os índices apontam para uma origem predominantemente biogênica. Nos pontos de amostragem (P4 e P5) no inverno, o IPC foi de 1,1 e 1,2 respectivamente, e indicativos de que a origem dos hidrocarbonetos naquela região é antrópica, sendo corroborado com os valores de IPC calculados na segunda campanha (verão), variando de 0,9 a 3,3. Os resultados encontrado neste estudo mostram que há uma relação fortíssima com o perfil de cada ponto de amostragem. São várias as características que descrevem cada ponto de amostragem, entre elas, à presença de portos usados para travessia entre as cidades de Barra dos Coqueiros e Aracaju, atividades de pequenos navios cargeiros e barcos de pesca, presença marcante na região, e que geram resíduos de hidrocarbonetos.

ASSUNTO(S)

biomarcadores geoquímicos sedimento estuário rio sergipe quimica geochemical biomarkers sediment estuary sergipe river

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