Distribuição de espécies arbóreas em gradiente geomorfológico e pedológico de floresta estacional semidecidual submontana, zona de amortecimento do parque estadual do Rio Doce, MG

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Árvore

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-08

RESUMO

Este estudo teve como objetivos testar a hipótese de que a distribuição de espécies arbóreas num fragmento de Floresta Estacional Semidecidual Submontana, Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Rio Doce, MG, é influenciada por variáveis geomorfológicas e edáficas e, dessa forma, fornecer subsídios para a recuperação de áreas degradadas em condições ambientais similares às da área de estudo. Foi realizado um levantamento detalhado de solos na área, com a abertura de perfis, sendo três em cada faixa (Rampa baixa, Baixa encosta côncava, Alta encosta côncava e Topo), totalizando 12 perfis. Nas coletas superficiais de solo foram colhidas quatro amostras compostas, na profundidade de 10-20 cm em cada faixa topográfica (Rampa baixa, Baixa encosta côncava, Alta encosta côncava e Topo), totalizando 16 amostras compostas. A partir dessas coletas foi realizada a caracterização química e granulométrica de cada amostra. Os solos foram classificados de acordo com o novo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Os resultados da análise textural do solo na posição topográfica de Topo indicaram que a textura desse solo era muito argilosa. Nas posições topográficas Rampa baixa, Baixa encosta côncava e Alta encosta côncava, a textura variou de argilosa a argiloarenosa. O gradiente pedológico e topográfico é caracterizado por alterações nas propriedades físico-químicas do solo, sendo este amostrado (10-20 cm) na Rampa baixa mais arenosa, pouco mais fértil e menos ácida, em comparação com a do solo no Topo, mais argiloso, com teores baixos de macronutrientes e elevada acidez. A Baixa Encosta e Alta Encosta dos solos amostrados (a 10-20 cm), por sua vez, apresentaram condições edáficas intermediárias. Os teores de P eram limitantes em todos os solos. A distribuição das espécies ao longo do gradiente topográfico é associada com as variações da fertilidade química, acidez e textura do solo. Pera leandri, Astronium fraxinifolium, Pouteria torta, Machaerium brasiliense, Myrcia rufipes, Swartzia apetala e Lecythis lurida apresentaram suas distribuições correlacionadas com os teores elevados de alumínio e baixa fertilidade do solo, podendo ser indicadas para restauração de áreas degradadas em encostas e topos de morros em regiões com condições ambientais semelhantes às da área estudada. Pouteria venosa, Apuleia leiocarpa e Acacia polyphylla tiveram suas distribuições correlacionadas com solo menos ácido e mais fértil do ambiente mais plano de rampas, apresentando potencial para restauração de áreas similares.

ASSUNTO(S)

solo-vegetação gradiente topográfico geomorfológico

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