Distribuição de espécies arbóreas em gradiente geomorfológico e pedológico de floresta estacional semidecidual submontana, zona de amortecimento do parque estadual do Rio Doce, MG
AUTOR(ES)
Souza, Priscila Bezerra de, Lelis, João José, Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud, Souza, Agostinho Lopes de, Meira Neto, João Augusto Alves
FONTE
Rev. Árvore
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-08
RESUMO
Este estudo teve como objetivos testar a hipótese de que a distribuição de espécies arbóreas num fragmento de Floresta Estacional Semidecidual Submontana, Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Rio Doce, MG, é influenciada por variáveis geomorfológicas e edáficas e, dessa forma, fornecer subsídios para a recuperação de áreas degradadas em condições ambientais similares às da área de estudo. Foi realizado um levantamento detalhado de solos na área, com a abertura de perfis, sendo três em cada faixa (Rampa baixa, Baixa encosta côncava, Alta encosta côncava e Topo), totalizando 12 perfis. Nas coletas superficiais de solo foram colhidas quatro amostras compostas, na profundidade de 10-20 cm em cada faixa topográfica (Rampa baixa, Baixa encosta côncava, Alta encosta côncava e Topo), totalizando 16 amostras compostas. A partir dessas coletas foi realizada a caracterização química e granulométrica de cada amostra. Os solos foram classificados de acordo com o novo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Os resultados da análise textural do solo na posição topográfica de Topo indicaram que a textura desse solo era muito argilosa. Nas posições topográficas Rampa baixa, Baixa encosta côncava e Alta encosta côncava, a textura variou de argilosa a argiloarenosa. O gradiente pedológico e topográfico é caracterizado por alterações nas propriedades físico-químicas do solo, sendo este amostrado (10-20 cm) na Rampa baixa mais arenosa, pouco mais fértil e menos ácida, em comparação com a do solo no Topo, mais argiloso, com teores baixos de macronutrientes e elevada acidez. A Baixa Encosta e Alta Encosta dos solos amostrados (a 10-20 cm), por sua vez, apresentaram condições edáficas intermediárias. Os teores de P eram limitantes em todos os solos. A distribuição das espécies ao longo do gradiente topográfico é associada com as variações da fertilidade química, acidez e textura do solo. Pera leandri, Astronium fraxinifolium, Pouteria torta, Machaerium brasiliense, Myrcia rufipes, Swartzia apetala e Lecythis lurida apresentaram suas distribuições correlacionadas com os teores elevados de alumínio e baixa fertilidade do solo, podendo ser indicadas para restauração de áreas degradadas em encostas e topos de morros em regiões com condições ambientais semelhantes às da área estudada. Pouteria venosa, Apuleia leiocarpa e Acacia polyphylla tiveram suas distribuições correlacionadas com solo menos ácido e mais fértil do ambiente mais plano de rampas, apresentando potencial para restauração de áreas similares.
ASSUNTO(S)
solo-vegetação gradiente topográfico geomorfológico
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