Dinâmica versus estática no programa de pesquisa pós-keynesiano
AUTOR(ES)
Sérgio Krakowiak
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
No primeiro capítulo, sublinhamos o fato de que na ciência econômica podem ser encontrados dois paradigmas distintos ligados à hipótese da ergodicidade e da não ergodicidade. Em termos estritos, a hipótese da ergodicidade refere-se à capacidade de previsão estatística. Porém de uma forma abrangente pode-se associar o conceito à natureza imutável das leis regentes dos sistemas e à pré-determinação da realidade. Escolas econômicas que crêem ser o equilíbrio de pleno emprego um estado natural para o qual a economia converge invariavelmente pertencem a este paradigma. Keynes e os Pós-keynesianos inserem-se no paradigma não ergódigo. Estas escolas cultivam a concepção de que o futuro é fundamentalmente incerto, e que os níveis de produto e de emprego são dados em função das expectativas de curto e longo prazo, da taxa de juros e da propensão a consumir, ou seja, determinados por variáveis passíveis de modificação no tempo histórico. Não há convergência pré-determinada ao equilíbrio de pleno emprego e dificilmente atingem ou mantém-se em equilíbrio, mesmo quando este se situa abaixo do pleno emprego. O modelo de equilíbrio móvel, mostra que a partir de uma frustração inicial das expectativas de curto prazo, haverá desequilíbrio sistemático entre a oferta agregada e a demanda agregada realizada. O mesmo resultado é evidenciado no modelo de Harrod, que segundo Kregel (1980) constitui uma variante do modelo de Keynes.
ASSUNTO(S)
teoria geral da economia non-ergodicity instabilidade equilíbrio incerteza expectations,instability, equilibrium não-ergodicidade uncertainty expectativas
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