DINÂMICA DO CARBONO ORGÂNICO EM ESPÉCIES ARBÓREAS DE UMA FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL NO RIO GRANDE DO SUL / ORGANIC CARBON DYNAMICS IN ARBOREOUS SPECIES IN A SEASONAL DECIDUOUS FOREST IN RIO GRANDE DO SUL
AUTOR(ES)
Flávia Gizele König Brun
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
Estudou-se a dinâmica do carbono orgânico na biomassa acima do solo, de espécies arbóreas componentes de floresta secundária em uma região de Floresta Estacional Decidual, em Santa Tereza, RS. Com base em dados de acúmulo de biomassa, os quais foram coletados através do abate de cinco indivíduos de cada espécie, distribuídos na variação de diâmetros de cada uma das mesmas e segregadas em cinco diferentes frações (folhas, galhos vivos, galhos mortos, casca e madeira) e dos seus respectivos teores de carbono orgânico, obtidos em análise laboratorial; bem como em avaliações de crescimento dos indivíduos arbóreos com Circunferência à Altura do Peito Q 10 cm, realizadas nos anos de 1996, 1999 e 2003, em parcelas permanentes, elaborou-se modelos para descrever o acúmulo de carbono para sete espécies arbóreas. Para Matayba elaeagnoides, os modelos selecionados para a descrição da quantidade de carbono foram: C=b0+b1.hc 2 (folhas), C=b0+b1.hc 2+ b2 1/1,3-d (galhos mortos), C=b0+b1.d (cascas) e C=b0+b1.d2 (galhos vivos e madeira). Para Machaerium paraguariense: lnCf=b0+b1.d2hc (folhas); lnCgv=b0+b1.d2+b2.1/d2 (galhos vivos), Cc=b0+b1.ht 2 (cascas) e Cm=b0+b1.ht+b2.ht 2+b3.1/ht (madeira). Para Trichilia claussenii: C=b0+b1.d (folhas e cascas), lnCgv=b0+b1.d (galhos vivos) e lnCm=b0+b1.1/d2 (madeira). Para Allophilus edulis: Cf=b0+b1.d3 (folhas), Cgv=b0+b1.d (galhos vivos), Cgm=b0+b1.1/hc 2 (galhos mortos); Cc=b0+b1.d2 (cascas) e Cm=b0+b1.d+b2.d2 (madeira). Para Campomanesia xanthocarpa: Cf=b0+b1.d3 (folhas), lnCgv=b0+b1.d2+b2.hc 2+b3.1/hc (galhos vivos), lnC=b0+b1.1/d2 (cascas e madeira). Para Gymnanthes concolor: Cf=b0+b1.d3 (folhas), lnCgv=b0+b1.d2+b2.1/d2+b3.1/hc 2 (galhos vivos), Cc=b0+b1.1/d2 (cascas) e Cm=b0+b1.d2 (madeira). Para Trichilia elegans: Cf=b0+b1.hc (folhas), Cgv=b0+b1.1/1,3-d+b2.1/1,3-hc (galhos vivos) e Cm=b0+b1.d3 (madeira). Com base nestes modelos, estimou-se o acumulo final de carbono (kg ha-1), nas diferentes frações, para Matayba elaeagnoides em 6,1; 256,4; 20,0; 203,7; 1389,8 e 1876,0, respectivamente, para folhas, galhos vivos, galhos mortos, casca, madeira e biomassa total. Para Machaerium paraguariense, em 1,2; 41,1; 16,5; 143,8 e 202,6, respectivamente, sem ocorrer galhos mortos nesta espécie. Para Trichilia claussenii, em 96,8; 192,1; 33,1; 347,6 e 669,6, respectivamente, sem galhos mortos. Para Allophilus edulis, em 58,5; 527,2; 78,6; 133,8; 1995,0 e 2793,1, respectivamente. Para Campomanesia xanthocarpa em 27,2; 567,6; 55,0; 670,5 e 1320,3, respectivamente, sem galhos mortos. Para Actinostemon concolor, em 9,9; 38,2; 5,0; 45,8 e 98,9, respectivamente, sem galhos mortos. Para Trichilia elegans, em 24,9; 95,9; 151,4; 471,0 e 743,2, respectivamente, também sem a ocorrência de galhos mortos. As espécies citadas totalizaram, na floresta secundária, 7,7 Mg ha-1 de carbono na biomassa, com o acúmulo sendo decrescente, da seguinte forma: Allophilus edulis, Matayba elaeagnoides, Campomanesia xanthocarpa, Trichilia elegans, Trichilia claussenii, Machaerium paraguariense e Gymnanthes concolor. As frações componentes da biomassa das espécies estudadas apresentaram acúmulo preferencial de carbono da seguinte forma: madeira>galhos vivos>cascas>folhas>galhos mortos. As espécies que apresentaram maiores teores de carbono nas folhas foram Matayba elaeagnoides e Trichilia claussenii. Para galhos vivos e mortos foi novamente Matayba elaeagnoides. Para casca foi Trichilia elegans. Para madeira não ocorreram diferenças estatísticas entre os teores de carbono. O acúmulo de carbono variou muito em função das taxas de ingresso e mortalidade das espécies, no decorrer do período de avaliação, mas também em função do crescimento dos indivíduos e da conseqüente mudança de classe de diâmetro.
ASSUNTO(S)
biomass sucessão florestal biomassa carbon sequestration crescimento growth seqüestro de carbono recursos florestais e engenharia florestal forest succession
ACESSO AO ARTIGO
http://coralx.ufsm.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=907Documentos Relacionados
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