Diagnóstico da deficiência de alfa-1-antitripsina por estudo molecular em crianças com doença hepática

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2001-01

RESUMO

Racional - A deficiência de alfa-1-antitripsina é uma doença genética transmitida de forma autossômica co-dominante. As manifestações clínicas principais incluem acometimento pulmonar e hepático. Este último, apresenta-se como colestase neonatal, hepatite crônica ou cirrose. O diagnóstico definitivo é realizado pela análise bioquímica da alfa-1-antitripsina ou pela análise molecular. Objetivo - Investigar, em um grupo de 12 crianças com suspeita de deficiência de alfa-1-antitripsina, a presença efetiva da deficiência através da análise de DNA, para um diagnóstico definitivo, bem como a associação entre os deficientes de alfa-1-antitripsina com as características clínicas e laboratoriais encontradas. Casuística e Métodos - Foram investigados os alelos mutantes S e Z do gene da alfa-1-antitripsina em 12 pacientes com idade variando de 3 meses a 19 anos, encaminhadas pelo ambulatório de Gastroenterologia Pediátrica da Universidade Estadual de Campinas, SP, por apresentarem dosagem sérica de alfa-1-antitripsina inferior ao normal e/ou doença hepática sem etiologia definida. A análise de DNA foi realizada utilizando-se o método modificado de amplificação gênica pela reação em cadeia de polimerase que cria sítios de restrição para as enzimas Xmnl (alelo S) e Taq l (alelo Z). Resultados - Dos 12 pacientes encaminhados, 7 apresentavam doença hepática crônica sem etiologia definida e os outros 5 traziam dosagens séricas baixas de alfa-1-antitripsina acompanhadas do diagnóstico de colestase neonatal e/ou doença hepática crônica de etiologia desconhecida. Nesse grupo de 12 pacientes, foram observados cinco pacientes homozigotos Z (ZZ) e dois traziam o alelo S acompanhado de um outro alelo, diferente do Z (*S). Conclusão - Esses resultados mostram que a deficiência de A1AT é uma etiologia relativamente freqüente em crianças que apresentam doença hepática crônica sem etiologia definida e/ou dosagem sérica baixa de A1AT (41,6%). A importância de um diagnóstico de certeza para a deficiência é justificada não apenas para o seguimento clínico do paciente mas também, em termos de aconselhamento genético.

ASSUNTO(S)

deficiência de alfa-1-antitripsina diagnóstico molecular biopsia hepática

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