Detecção e caracterização molecular de talassemia alfa / Detection and molecular characterization of alpha thalassemia

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A talassemia alfa é uma síndrome resultante de distúrbios na síntese da cadeia da globina alfa que formam o tetrâmero da molécula da hemoglobina. A talassemia alfa é classificada em quatro tipos de acordo com o número de genes alfa afetado: portador silencioso (-α/αα); traço alfa talassêmico (--/αα ou - α/-α); doença de hemoglobina H (--/-α) e hidropsia fetal (--/--). A diminuição na síntese de globina alfa causa a produção inadequada de hemoglobina que resulta em anemia microcítica e hipocrômica. Causa também o acúmulo de cadeias do tipo beta, no interior do eritrócito, pela falta de balanceamento com a síntese da globina alfa afetada. O resultado deste desbalanceamento é a formação de tetrâmeros de cadeias beta denominados Hb H. Clinicamente o indivíduo portador de talassemia alfa pode ser assintomático ou apresentar anemia severa. As formas assintomáticas da talassemia alfa, o portador silencioso e o traço alfa talassêmico, são mais difíceis de diagnosticar, pois os corpúsculos de Hb H nem sempre estão presentes. Para estas situações faz-se necessária a investigação molecular visando a caracterização do genótipo e a confirmação da presença da talassemia alfa. Este fato se deve principalmente porque o diagnóstico através de métodos clássicos não moleculares, apesar de importantes, é limitado e impreciso. O presente trabalho avaliou alguns dos métodos laboratoriais clássicos na detecção de talassemia alfa e associou a caracterização molecular das formas delecionais mais prevalentes α3,7 e α4,2. Para a confirmação e caracterização da talassemia alfa, foram desenhados novos oligonucleotídeos. Através da técnica convencional da PCR, utilizando o par de oligonucleotídeos 3.7F/KGB01 foi possível detectar a deleção α3,7, diferenciando o genótipo normal (αα/αα), do heterozigoto (α3,7/αα) e do homozigoto (α3,7/α3,7). Apesar de ter sido desenhado para detectar a deleção α3,7, este par também permitiu detectar a deleção α4,2 quando em homozigose ( α4,2/α4,2). Utilizando o par KGB04/KGB05 foi possível detectar a deleção α4,2, porém sem diferenciar entre o genótipo heterozigoto e homozigoto. A deleção mais prevalente encontrada foi a α4,2 (20,0%) sendo que destas podemos afirmar que 9,2% estão na forma homozigótica (α4,2/α4,2). A deleção do tipo α3,7 na forma heterozigótica foi detectada em 12,3% dos pacientes. Os dados obtidos revelam que a importância da detecção molecular para talassemia alfa não se restringe apenas na definição do genótipo, mas também na detecção deste tipo de talassemia em pacientes que apresentam: quadros hematológicos alterados, quadros hematológicos normais, mas com valores próximos aos valores limítrofes e em neonatos.

ASSUNTO(S)

hemoglobinopatias talassemia alfa hemoglobina h detecção laboratorial análise molecular biologia molecular hemoglobinopathies alpha thalassemia hemoglobin h laboratorial detection molecular characterization

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