Detecção de ácido ocadaico em cultivo de mexilhões Perna perna (Linnè, 1758) e identificação do fitoplâncton potencialmente produtor, em Maciéis, Angra dos Reis, RJ. / Okadaic acid detection in mussel cultivation, Perna perna (Linnè, 1758), and the fitoplankton identification potencially producer in the coast area of Maciéis, Angra dos Reis, RJ.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A ficotoxina ácido ocadaico (AO) é produzida por um grupo de microalgas conhecidas como dinoflagelados. Os mexilhões ao se alimentarem destas microalgas acumulam em seu hepatopâncreas, esta toxina, desencadeando no ser humano a Síndrome ou Envenenamento Diarréico por Moluscos - EDM. Os sintomas se apresentam em torno de 30 minutos após o consumo do molusco contaminado; variando entre náuseas, dores abdominais, vômitos e diarréia. Quando a ingestão da toxina acontece em quantidades inferiores a 48 μg.g-1, os sintomas acima descritos não se desenvolvem, porém, seu consumo continuado favorece o surgimento de tumores no trato gastrointestinal devido ao poder carcinogênico do AO. Este estudo pretendeu detectar e quantificar a toxina diarréica AO em mexilhões Perna perna coletados entre os meses de maio e dezembro de 2006, e a verificação da presença de microalgas potencialmente tóxicas, nas estações primavera/verão (setembro a dezembro de 2006). De maio a dezembro de 2006, mexilhões (Perna perna) foram coletados e analisados quanto à presença da ficotoxina AO. As microalgas foram coletadas entre setembro e dezembro de 2006, com auxílio de uma rede de plâncton (de 20μm de malha) e Bomba Rule 2000. A identificação dos dinoflagelados foi realizada em microscópio biológico invertido. A detecção do AO nos mexilhões foi realizada por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detecção Fluorimétrica (CLAE-DF). Os resultados cromatográficos indicaram a presença da toxina AO em todas as amostras obtidas de mexilhões, de maio a outubro de 2006, em baixas concentrações. Nas análises do fitoplâncton, as diatomáceas foram o grupo mais representativo comparado aos dinoflagelados. As espécies Prorocentrum micans e P. gracile observadas não foram apontadas como produtoras de toxinas até o momento. Dentre os dinoflagelados potencialmente tóxicos foram encontradas as espécies: Dinophysis acuminata, D. tripos, D. rotundata e D. fortii. Os resultados indicam a necessidade da elaboração e aplicação efetiva de um programa de controle higiênico-sanitário dos moluscos assim como monitoramento do ambiente, objetivando acima de tudo a segurança à saúde pública.

ASSUNTO(S)

okadaic acid dinophysis spp. ácido ocadaico envenenamento diarréico por moluscos microbiologia diarrhetic shellfish poisoning (dsp) dinophysis spp.

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