Desenvolvimento de metodologia analítica para diferenciação de café torrado arábica (C. arabica) e Conilon (C. canephora) e misturas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

O elevado valor comercial do café arábica é um atrativo a adição fraudulenta de café conilon. Os grãos v O elevado valor comercial do café arábica é um atrativo a adição fraudulenta de café conilon. Os grãos verdes podem ser visualmente identificados, porém, após torra e moagem não é possível o uso desse critério. Como pertencem ao mesmo gênero, as espécies possuem poucas diferenças na composição para detecção e/ou quantificação da adição. Na literatura existem várias técnicas para diferenciação, algumas muito complexas, exigindo o uso de equipamentos sofisticados. Como a avaliação de um único parâmetro não permite discriminação adequada, é interessante o emprego de Estatística Multivariada. O objetivo do trabalho foi o desenvolvimento de metodologia analítica para diferenciação de café torrado arábica (C. arabica) e conilon (C. canephora) e suas misturas. As amostras foram submetidas à torra média e, após a moagem, foram preparadas misturas, adicionando-se 5, 10, 15, 20, 25 e 50 % de café conilon ao arábica (IAPAR-59). No método espectrofotométrico, as amostras foram saponificadas em KOH alcoólico, extraindo-se a fase orgânica com terc-butil-metil éter e clarificando-se com água. Após evaporação e secagem, o extrato foi ressuspenso em ácido acético glacial, e reagido com KI e HCl. A diferença de cor, verificada por medidas de absorvância a 290nm e 630nm, foi atribuída aos baixos valores de caveol no café conilon. A técnica mostrou-se também eficiente para discriminação de outras variedades de café arábica: Catuaí, Acaiá e Mundo Novo. A metodologia espectrofotométrica desenvolvida mostrou-se eficiente, simples e robusta, podendo ser utilizada como método de triagem na identificação da adição de café conilon ao arábica. Para determinação de trigonelina, ácido clorogênico (5-ACQ) e cafeína foi desenvolvida e validada uma metodologia por cromatografia a liquído de fase reversa utilizando gradiente de ácido acético e metanol e detecção no UV. A melhor condição de extração foi observada com emprego de água à 80 °C. A identificação foi feita com base no tempo de retenção e empregando-se co-cromatografia. A metodologia permitiu, ainda, a separação e detecção dos ácidos nicotínico, caféico, cumárico e ferúlico. Foram estudados como parâmetros para discriminação a absorbância dos extratos, a 290 e 630nm, após reações colorimétricas e os teores de trigonelina, ácido clorogênico (5-ACQ) e cafeína obtidos por CLAE. A avaliação dos resultados obtidos nas metodologias espectrofotométrica e cromatográfica utilizando Análise de Componentes Principais (ACP) e Análise de Agrupamentos (AA) permitiu a separação entre cafés conilon e arábica IAPAR-59 e misturas acima de 25%. Para misturas com menos de 25% de café conilon possivelmente outras variáveis devem ser consideradas para melhorar a discriminação. A técnica proposta mostrou-se eficiente na discriminação das variedades de arábica mais plantadas no Brasil, minimizando tempo e custos da análise e possibilitando seu uso como método de rotina para diferenciação de café torrado arábica (C. arabica) e conilon (C. canephora) e misturas.erdes podem ser visualmente identificados, porém, após torra e moagem não é possível o uso desse critério. Como pertencem ao mesmo gênero, as espécies possuem poucas diferenças na composição para detecção e/ou quantificação da adição. Na literatura existem várias técnicas para diferenciação, algumas muito complexas, exigindo o uso de equipamentos sofisticados. Como a avaliação de um único parâmetro não permite discriminação adequada, é interessante o emprego de Estatística Multivariada. O objetivo do trabalho foi o desenvolvimento de metodologia analítica para diferenciação de café torrado arábica (C. arabica) e conilon (C. canephora) e suas misturas. As amostras foram submetidas à torra média e, após a moagem, foram preparadas misturas, adicionando-se 5, 10, 15, 20, 25 e 50 % de café conilon ao arábica (IAPAR-59). No método espectrofotométrico, as amostras foram saponificadas em KOH alcoólico, extraindo-se a fase orgânica com terc-butil-metil éter e clarificando-se com água. Após evaporação e secagem, o extrato foi ressuspenso em ácido acético glacial, e reagido com KI e HCl. A diferença de cor, verificada por medidas de absorvância a 290nm e 630nm, foi atribuída aos baixos valores de caveol no café conilon. A técnica mostrou-se também eficiente para discriminação de outras variedades de café arábica: Catuaí, Acaiá e Mundo Novo. A metodologia espectrofotométrica desenvolvida mostrou-se eficiente, simples e robusta, podendo ser utilizada como método de triagem na identificação da adição de café conilon ao arábica. Para determinação de trigonelina, ácido clorogênico (5-ACQ) e cafeína foi desenvolvida e validada uma metodologia por cromatografia a liquído de fase reversa utilizando gradiente de ácido acético e metanol e detecção no UV. A melhor condição de extração foi observada com emprego de água à 80 °C. A identificação foi feita com base no tempo de retenção e empregando-se co-cromatografia. A metodologia permitiu, ainda, a separação e detecção dos ácidos nicotínico, caféico, cumárico e ferúlico. Foram estudados como parâmetros para discriminação a absorbância dos extratos, a 290 e 630nm, após reações colorimétricas e os teores de trigonelina, ácido clorogênico (5-ACQ) e cafeína obtidos por CLAE. A avaliação dos resultados obtidos nas metodologias espectrofotométrica e cromatográfica utilizando Análise de Componentes Principais (ACP) e Análise de Agrupamentos (AA) permitiu a separação entre cafés conilon e arábica IAPAR-59 e misturas acima de 25%. Para misturas com menos de 25% de café conilon possivelmente outras variáveis devem ser consideradas para melhorar a discriminação. A técnica proposta mostrou-se eficiente na discriminação das variedades de arábica mais plantadas no Brasil, minimizando tempo e custos da análise e possibilitando seu uso como método de rotina para diferenciação de café torrado arábica (C. arabica) e conilon (C. canephora) e misturas.

ASSUNTO(S)

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