Otimização do processo de torração do cafe robusta (Coffea canephora Conillon) para formulação de blends com cafe arabica (Coffea arabica)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

A variabilidade de preços que ocorre no agronegócio de café, ao mesmo tempo que gera problemas com a qualidade dos produtos, abre espaço para um assunto há muito discutido, mas pouco estudado: a utilização do café robusta no setor de cafés torrados e moídos em blends com o café arábica. Porém o preconceito existente com relação ao uso do café robusta nesse setor, devido às suas características organolépticas, cria uma necessidade de se otimizar a torração deste café antes de usá-lo num blend. Com o objetivo de otimizar o processo de torração do café robusta (Coffea canephora Conillon), foi realizado um planejamento fatorial 22 com cinco níveis, resultando em 11 amostras, tendo como variáveis independentes a temperatura interna do tambor do torrador no início do processo e o tempo de torração, cujos máximos e mínimos (-α, +α) foram de 200 a 230°C e 15 a 29 min, respectivamente. As amostras foram submetidas a um teste de aceitação por 25 consumidores e os resultados apontaram as seguintes condições ótimas de torração: tempo variando de 22 a 28 min e temperatura de 225 a 230°C. As notas para aceitação do aroma foram as que determinaram esta faixa ótima e variaram entre 6 e 7 na escala hedônica, indicando que os consumidores gostaram moderadamente do aroma destas amostras. Tais resultados foram confirmados pelo parecer de um provador e classificador profissional de café e ressaltam a neutralidade do café robusta e a viabilidade de sua utilização na formulação de blends com o café arábica sem comprometer o sabor e aroma característicos da bebida, com o objetivo de se reduzir o custo do produto final sem perda de qualidade. A formulação se blends utilizou café robusta e café arábica com classificação de bebida riada. Os resultados da avaliação dos provadores profissionais mostraram que o blend com 20% de café robusta não alterou as características sensoriais da bebida se comparada com a de arábica 100%, recebendo nota 4 (numa escala de 1 a 5, sendo 1 = péssimo e 5 = ótimo). Usando até 50% de robusta no blend as notas e o conceito ficaram acima da média. A torração adequada para ambos os cafés não permitiu a sensação dos sabores medicinais, característicos da bebida riada, no arábica 100% e em nenhum blend. Também foram realizadas determinações físicas, químicas e físicoquímicas (cor instrumental, umidade, sólidos solúveis, pH, acidez total, açúcares redutores e totais e fenólicos totais) para se analisar o comportamento destas em função do grau de torração e da porcentagem de robusta nos blends.

ASSUNTO(S)

cafe

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