Dermatomicoses em cães e gatos: avaliação do diagnóstico clínico-laboratorial e dos aspectos epidemiológicos em uma população de portadores de lesões alopécicas circulares. / Dermatomycoses in dogs and cats: evaluation of clinical, laboratory and epidemiological aspects in a population of patients with injuries alopecic circular.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/12/2007

RESUMO

As dermatomicoses são infecções fúngicas que afetam a pele e os folículos pilosos de cães e gatos, sendo causadas principalmente por dermatófitos dos gêneros Microsporum e Trichophyton e, menos comumente, por leveduras dos gêneros Malassezia e Candida. A dermatofitose é caracterizada clinicamente pela presença de lesões alopécicas circulares, encobertas por escamas e crostas. Entretanto, não é confiável o diagnóstico baseado apenas nos sinais clínicos, uma vez que outras dermatopatias apresentam lesões com este mesmo padrão. Portanto, para o diagnóstico da dermatofitose, métodos micológicos convencionais têm sido usados, tais como: exame com lâmpada de Wood, exame microscópico direto e cultura fúngica. Embora a cultura seja reconhecida como o método padrão ouro, demanda um tempo mínimo de 15 dias entre o isolamento primário e a identificação da espécie fúngica. Baseado no exposto, o objetivo principal deste estudo foi avaliar a freqüência de dermatófitos em lesões alopécicas circulares, em cães e gatos, através dos métodos micológicos convencionais compararando-os com um kit de laminocultivo quanto à eficiência e rapidez no diagnóstico. Para tanto, amostras de pêlos e escamas destes animais foram inoculadas em ágar Sabouraud dextrose (2%), ágar Sabouraud com cloranfenicol, ágar Mycosel e ágar Dixon modificado, e simultaneamente, foram inoculadas em um kit de laminocultivo, contendo DTM, ágar glicose e ágar BiGGY. Todos os inóculos foram observados a cada 2 dias, durante 14 dias. O microcultivo em ágar batata, o teste de perfuração de pêlo in vitro, o teste da urease e a prova de requerimentos vitamínicos foram usados para complementar o diagnóstico micológico. Das 100 amostras analisadas em cães (n=92) e gatos (n=8), apresentando lesões sugestivas, foram isolados: Microsporum canis (27,0%), Malassezia pachydermatis (9,0%), Microsporum gypseum (3,0%) e Trichophyton mentagrophytes var. mentagrophytes (1,0%). A ocorrência foi maior em cães com raça definida, mormente os Yorkshire terriers e Poodles. Das 65 amostras negativas para dermatófitos em cães, foi estabelecido o diagnóstico de piodermite superficial e demodicose em 59 e 6 amostras, respectivamente. Os sinais clínicos de dermatofitose foram mais frequentemente observados na região cefálica, com diâmetro de até 2 cm. As amostras positivas para dermatófitos apresentaram um tempo de crescimento e macromorfologia das colônias semelhante, tanto na cultura convencional como no laminocultivo. Durante a identificação micromorfológica foi possível observar a presença de macroconídios no meio ágar BiGGY em 64,5% das amostras positivas, e em número, por campo, proporcionalmente maior quando comparado a outros meios de cultura. No DTM, os macroconídios foram visualizados em 61,3% das amostras positivas. A partir deste estudo, conclui-se que embora a presença de lesões com padrão alopécico circular tenha sugerido uma causa dermatofítica, os resultados mostraram etiologias diferentes. Ademais, o laminocultivo revelou-se como um método eficiente e prático para os clínicos veterinários, uma vez que apresentou resultados satisfatórios e a possibilidade de execução no próprio consultório, e teve como principais características a mudança de cor no meio DTM, indicando precocemente o crescimento das colônias de dermatófitos, assim como, a viabilidade do meio ágar BiGGY para o crescimento de dermatófitos e a produção de macroconídios.

ASSUNTO(S)

cães gatos lesões redondas dermatofitose epidemiologia diagnóstico reproducao animal dogs cats round lesions dermatophytosis epidemiology diagnosis

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