Delicadas coreografias: instantâneos de uma terapia ocupacional

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Tomando a cartografia como percurso metodológico, esta tese procura descrever, discutir e, sobretudo, articular uma série de experiências realizadas em diferentes contextos clínica da terapia ocupacional, docência em cursos de graduação e grupos de estudo em que se utiliza abordagens corporais para promover o encontro entre corpos/sujeitos. Os registros aqui delineados não têm como objetivo apenas apresentar os procedimentos que pautam a clínica, mas identificar e problematizar algumas de suas linhas através da análise de cenas, falas e depoimentos. Tal registro se faz por meio de uma composição entretexto e fotos, nas quais se procuracaptar instantâneos de expressividade. Estudos teóricos em torno do corpo e da subjetividade não só no campo da terapia ocupacional, mas também na filosofia, arte e educação contribuem para conceituar aquilo que se efetuou nos corpos como efeito dos encontros entre os participantes e as proposições sugeridas. Ao longo de sete séries de procedimentos aquecer, fotografar, olhar, tocar, moverepausar,improvisar,conversaresilenciaralguns conceitos são discutidos a partir do vivido e transitam por aspectos objetivos e subjetivos, visíveis e invisíveis, individuais e coletivos. Os verbos no infinitivo utilizados durante toda a tese, tanto na nomeação das séries de procedimentos quanto nos contornos que finalizam este trabalho, procuram expressar o dinamismo dos processos. Inspirada por Espinosa, Stern, G. Deleuze e F. Guattari, entre outros, a discussão aqui realizada está pautada pela idéia de que a capacidade de afetar e ser afetado constitui um motor para o sujeito aproximar-se do próprio corpo, do corpo do outro, dos/nos ambientes. Em tais aproximações criam-se por vezes acontecimentos, em diferentes modulações de intensidade, capazes de mobilizar afetos, pensamentos, imagens, memórias que podem ser reconhecidas e compartilhadas pelo grupo. Neste trabalho adoto como referência a concepção de corpo proposta por S. Keleman, construída por vários vetores. É a noção de corpo como pulso, aberto e conectivo, que dá sustentação a esta clínica que desenvolvo, pois é nos encontros que aproximações se fazem, turbulências acontecem, produções de outros repertórios existenciais se solidificam e podem ser expressos. Pequenos eventos podem reverberar em outros modos de funcionar, viver e se apresentar frente ao outro, criando realidades. Assim, este trabalho diz respeito a uma possível produção de sensibillidades: mais atentas ao próprio pulso vital, aos contatos com o outro e com os mundos, permitindo leituras aprofundadas do vivo, do corpo e das possibilidades de construção de outros modos de existir, mais singulares, resistentes aos ataques e modelos sociais que restringem as potências e a produção de realidades criativas e pulsantes de vida

ASSUNTO(S)

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