De (re)conto e (des)encanto: uma leitura de Fita verde no cabelo

AUTOR(ES)
FONTE

Estud. Lit. Bras. Contemp.

DATA DE PUBLICAÇÃO

31/10/2019

RESUMO

Resumo Fita verde no cabelo: nova velha história, conto de Guimarães Rosa, apresenta uma leitura de Chapeuzinho Vermelho. Como indica o subtítulo - nova velha história -, a narrativa rosiana ressignifica as versões tradicionais de Chapeuzinho, projetando a história em meio à perplexidade do mundo contemporâneo, desconstruindo certezas, deslocando fantasias. A partir de reflexões sobre a tradição oral, narrativa e memória, negação da experiência no mundo contemporâneo, pretendemos mostrar como o conto de Guimarães Rosa problematiza a trajetória da protagonista, Fita-Verde, num desdobrar-se em simbiose com a fala-fato de um narrador que trama o destino desta lendária menina, agora em situação dramática, evocando gestos e arquétipos que lhe escapam nos desvãos de uma consciência desencantada. A velha fantasia do tempo das fadas, requisitada pelo seu ser de linguagem e seu universo ontologicamente situado no próprio enredo do conto, sofre os refluxos de um tempo de crises, em que o confronto com a solidão é uma face da morte.Abstract Fita verde no cabelo: nova velha história (Green ribbon in her hair: new old story), tale of Guimarães Rosa, presents a reading of Chapeuzinho Vermelho (Little Red Riding Hood). As the sub-title indicates - new old story - Rosa’s narrative reframes traditional versions of Little Red Riding Hood, projecting the story amid the bewilderment of the modern world, deconstructing certainties, shifting fantasies. Based on reflection about oral tradition, narrative and memory, denial of the contemporary world experience, we aim to show how the tale of Guimarães questions the protagonist’s trajectory, Green-Ribbon, unfolds in a symbiosis with speechfact of a narrator plotting the destiny of this legendary girl, now in a dramatic situation, evoking gestures and archetypes that escape through the spaces of her disenchanted consciousness. The old time fairy fantasy, required by her language being and her universe ontologically situated on the very plot of the tale, about the reflux of a time of crisis, in which confrontation with loneliness is a face of death.

Documentos Relacionados