Da oralidade à sistematização da escrita: um estudo dos primórdios da comunicação no Japão

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Há uma vasta bibliografia que analisa os primórdios da cultura japonesa e a importação dos diversos sistemas de conhecimento da China referentes à linguagem, religião, estética, medicina, e assim por diante. No que diz respeito especificamente à passagem da oralidade para a escrita, há estudos no campo da linguística que analisam com detalhes a elaboração das diferentes grafias no Japão, inclusive no que se refere à absorção dos caracteres chineses. O objetivo desta tese é deslocar esta discussão, estudando o nascimento da escrita no Japão, à luz de teorias da comunicação. Neste sentido, a passagem entre a elaboração da linguagem na chamada mídia primária (corpo) para as mídias secundários (papel, pedra, tecido, etc..) é investigada como modos singulares de organização de sistemas sígnicos e de universos objetivos. Um dos conceitos utilizados para aprofundar a questão é o Umwelt, cunhado há cerca de oitenta anos pelo alemão Jakob Von Uexküll. Através dos estudos da comunicação corporal (humana e de outros animais) e dos trâmites com o ambiente, o Umwelt permite analisar os chamados "mundos-próprios" que são textos complexos em que informações da natureza e da cultura cruzam os seus domínios em fluxos incessantes. A tese oferece também um panorama histórico das discussões mais importantes acerca da linguagem e da cultura, explicando o que muda ao se deixar de lado o que tem marcado os estudos japoneses enfatizando o antagonismo entre Japão e Ocidente. Longe de abandonar as singularidades, a proposta é observar a emergência das diferentes soluções adaptativas, elaborada por um povo que, a exemplo de todos nós, ampara seus sonhos e necessidades em sistemas simbólicos tendo em vista a sua sobrevivência

ASSUNTO(S)

comunicacao ideograma lingua chinesa lingua japonesa -- escrita

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