Cultura infantil e envelhecimento : o que as crianças têm a dizer sobre a velhice? : um estudo com meninos e meninas da periferia de Porto Alegre

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A presente dissertação busca compreender os saberes que as crianças têm sobre a velhice. As crianças são entendidas aqui como sujeitos sociais comuns, que produzem cultura – ao mesmo tempo em que também são produzidas sócioculturalmente – nas interações com os seus pares e com outros grupos culturais e etários. Esta pesquisa foi desenvolvida com um grupo de 16 meninos e meninas, moradores da periferia de Porto Alegre. Através da metodologia adaptada de Grupo Focal, as crianças desenharam, escreveram e discutiram sobre os marcadores identitários da velhice, evidenciando diferentes representações acerca dos idosos. Os dados coletados foram organizados em categorias analíticas de acordo com o método hermenêutico-dialético proposto por Minayo (1998). Sendo o corpo um produto histórico e cultural, as crianças nos permitem conhecer, por meio de seus saberes, os investimentos – sempre localizados, provisórios e situados – que fazemos sobre o corpo-velho, saberes que falam das relações desse corpo com outros corpos, das relações existentes entre os avós e os netos, os velhos e o amor, entre o idoso, o trabalho e a aposentadoria. As análises apontam para uma forte relação de diferenciação entra a juventude e a velhice, na qual a primeira é vista como a identidade – sempre desejável, posição não-problemática, central –, enquanto a segunda é concebida como a diferença. As vozes das crianças se instauram como polifônicas, trazendo fragmentos dos discursos dos avós, assim como de outras pedagogias culturais, como a televisão.

ASSUNTO(S)

pedagogia cultural childhood pessoa idosa old age representação representation conhecimento cultura criança envelhecimento

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