Cultivando proliferações indomáveis: considerações antropológicas sobre as políticas de proteção à infância

AUTOR(ES)
FONTE

Horiz. antropol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-08

RESUMO

Resumo Por uma reflexão voltada para políticas de adoção infantil, procuro estabelecer uma ponte entre, por um lado, episódios etnográficos - densos e contextualmente situados - e, por outro, sistemas abrangentes com consequências em larga escala e de longo alcance. Operacionalizo essa proposta pela análise das infraestruturas administrativa, estatística e burocrática que conectam as filosofias políticas do momento às atitudes e ações dos variados atores (profissionais, servidores e usuários) sob observação. Essa abordagem permite rastrear através das últimas décadas os instrumentos tecnológicos - em particular, estatísticas, cadastros e formulários - cunhados para estabilizar determinadas políticas de adoção. Ao mesmo tempo, atento às “proliferações” (Tsing; Mathews; Bubandt, 2019) - produto e produtor de tensões do próprio sistema - que levam acontecimentos em direções inesperadas. Ao apreciar esses eventos que iniciam quase sempre em escala limitada e com consequências incertas, minha intenção é restituir o poder desses exemplos a alimentar certa esperança - profundamente pragmática, epistemologicamente ambivalente e subarticulada - em possibilidades futuras ainda sequer imaginadas.

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