Considerações antropologicas em ortodontia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1972

RESUMO

O ensino e a prática da Ortodontia exigem a participação ativa e dinâmica de um grande número de informações de outras ciências cujos objetivos são, de um modo ou outro, relacionados à mesma. O ortodontista usa o homem como material de trabalho, estando relacionado, principalmente, com suas características físicas, o que, por outro lado, coincide com um dos objetivos da Antropologia, a ciência do Homem e suas obras* Isso estabelece por si mesmo uma união natural entre a Ortodontia e a Antropologia, com especial ênfase nos aspectos físicos da última. Os estudos feitos pelos antropólogos físicos podem ser orientados no sentido de obter melhorias para o bem estar físico, mental e social do ser humano e, do mesmo modo, ser aplicados à análise, planejamento e tratamento das desarmonias oclusais da dentição humana. De acordo com isso, é fácil observar quantos pontos comuns de interesse e estudo existem entre a Antropologia e a Ortodontia, A dentição humana e suas estruturas adjacentes correspondem às partes mais mineralizadas do esqueleto, o que motiva sua longa duração e resistência às influências ecológicas. Isso torna a face uma das áreas preferenciais a ser utilizada no estudo do homem, o antropólogo procura na face à reconstituição da história do homem, como surgiu, modificou-se e quais os tipos existentes dentre as formas atuais. O ortodontista, na presença de um paciente,-cujas alterações da dentição modificam a face ou vice-versa, quer fazer o caminho de volta, isto é, torná-lo igual aos demais. Se este profissional juntar ao seu arsenal mecânico uma bagagem de conhecimentos antropológicos fundamentais, estará prestando o melhor dos serviços. É, impressionante verificar o quanto um método de estudo antropológico como a antropometria, evoluiu quando passou a ser utilizada pelos "ortodontistas com seus maravilhosos cefalostatos" como disse alguém. A cefalometria telerradiográfica constitui-se hoje no maior recurso para estudos de crescimento e desenvolvimento da face humana, É hora dos antropólogos, pediatras e outros interessados no assunto consultarem os ortodontistas sobre essa metodologia de pesquisa, pois a experiência nesse sentido já ascende a mais de quatro décadas. Por outro lado, cabe ao ortodontista valer-se das informações antropológicas que lhe instruam sobre a variabilidade da morfologia facial sob o ponto de vista etnológico" Nessa incursão, aprenderá que os homens, mesmo sendo diferentes, podem ser normais,, Dentro desse enfoque racial, evidentemente, o ortodontista ficará admirado com as infinitas variações morfológicas com que a natureza dotou o ser humano, interrogará inúmeras vezes a si mesmo sobre o que vem a ser a normalidade biológica, compreenderá a complexidade da discutida proporcionalidade entre o crânio e a face, talvez ficará perplexo com as considerações sobre as formas dos arcos dentários e também verificará o quanto desconhece sobre o que vem realmente a ser o prognatismo. Uma análise mais profunda evidenciaria muitos outros aspectos existentes sobre o problema,, Mesmo assim, o exposto serve para mostrar ao ortodontista que seu paciente, acima de tudo, deve ser encarado como um Homem e não somente como uma dentição anômala

ASSUNTO(S)

face antropologia fisica ortodontia antropometria mandibula

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