Crianças que convivem com idosos : atitudes em relação à velhice e percepção sobre demência / Children who live with elderly: attitudes toward aging and perceptions about dementia

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O aumento do número de idosos na população e a maior longevidade geram maiores oportunidades de convivência desse contingente populacional com crianças. Desde o início da vida as crianças desenvolvem atitudes em relação à velhice e aos idosos com quem convivem. A percepção que progressivamente constroem se baseia nestes relacionamentos e sofrem influência de diversos fatores. Objetivou-se avaliar a atitude em relação à velhice de crianças que moram com idosos com e sem alterações cognitivas e verificar a percepção das mesmas sobre demência/ Doença de Alzheimer (DA). O estudo baseou-se no método quantiqualitativo de investigação e os cuidados éticos foram observados. Foram entrevistadas 54 crianças, de 7 a 10 anos de idade, cadastradas em cinco diferentes Unidades de Saúde da Família de um município paulista e que moravam com pelo menos um idoso. As crianças foram entrevistadas, aplicando-se questionário de caracterização, Escala de Atitudes em Relação à Velhice para Crianças e questões relativas ao envelhecimento e demência/DA. Para os idosos que moravam com as crianças (n=46) foi realizada a caracterização e aplicado o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM). Os dados quantitativos foram analisados estatisticamente e os qualitativos por meio da análise temática. A maioria das crianças era do sexo masculino, tinha nove anos, estava na 4 série do Ensino Fundamental e era neta do idoso com o qual morava. A média das crianças na escala de atitudes foi 1,59 pontos, sendo que um ponto representa a atitude mais positiva possível e três pontos a mais negativa. Os idosos eram em sua maioria do sexo feminino, entre 60 e 64 anos e com pontuação média no MEEM de 20,4 pontos. A maioria das crianças (53,7%) mora com idosos sem alterações cognitivas. Foi encontrada diferença significativa nos domínios cognição e relacionamento social da escala de atitude quando comparados os grupos de crianças que moram com idosos com e sem alterações cognitivas, sendo que as que moram com idosos com alterações cognitivas possuem atitudes mais negativas nestes domínios. Em relação às questões abertas, as mudanças na aparência física e no modo de pensar foram destacadas como inerentes ao envelhecimento. Também se destacou a perda de memória do idoso com quem a criança mora. A grande maioria das crianças não possuía conhecimento sobre a demência/DA. Profissionais de saúde na atenção básica devem estar atentos às famílias multigeracionais, e no âmbito do Programa Saúde da Família investir em estratégias de educação gerontológica

ASSUNTO(S)

enfermagem relações entre gerações enfermagem crianças idosos intergenerational relations aged child family nursing

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