Crescimento, acúmulo de graus-dia e controle do amadurecimento de manga Ubá / Growth, accumulation of degree-days and the ripening of mango Uba

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar as mudanças físicas, químicas e fisiológicas ocorridas durante o desenvolvimento da manga Ubá‟, visando estabelecer as fases de desenvolvimento do fruto; determinar a soma de calor ou número de grausdia necessário para o completo desenvolvimento do fruto e verificar os efeitos da aplicação de etileno exógeno na pré e na pós-colheita sobre o avanço do amadurecimento e sobre a qualidade comercial do fruto. Os experimentos de campo e os frutos para os demais experimentos foram obtidos em pomar com cerca de 30 anos de idade em Visconde do Rio Branco, MG (latitude de 2100‟37S, longitude de 4250‟26O e altitude de 352m). Foram conduzidos três experimentos. No experimento 1, semanalmente, desde a antese até o completo amadurecimento na planta, foram coletados 25 frutos de 15 mangueiras. As amostragens ocorreram de agosto de 2007 a janeiro de 2008. As características avaliadas foram: unidades de calor (graus-dia); comprimento, menor e maior diâmetro; produção de CO2; parâmetros de cor L*, a* e b* da casca e da polpa; massa fresca e seca (fruto, casca, polpa e semente); extravasamento de solutos; consistência da polpa; sólidos solúveis (SS); acidez titulável (AT); ratio (razão SS/AT); vitamina C; carotenóides, amido e açúcares solúveis. O desenvolvimento da manga Ubá‟ estendeu-se por 23 semanas. O padrão de desenvolvimento ajustou-se a um modelo sigmoidal simples. O climatérico respiratório dos frutos ligados à planta foi atingido entre a 20a e a 21a semana após a antese (SAA). A maturidade fisiológica do fruto foi atingida na 17a SAA, após o acúmulo de 1459,1 unidades de calor (UC). Para o experimento 2, na 17a semana após a antese, 25 mangueiras, sendo cinco por tratamento, foram pulverizadas com ethephon nas doses 0, 250, 500, 750 e 1000 mg L-1, acrescido de 0,5% de óleo mineral. Foram colhidos 10 frutos de cada planta, diariamente até o completo amadurecimento, com exceção da dose 0 mg L-1, em que, a partir de 6 dias após aplicação do ethephon (DAAE), a colheita foi semanal até 41 DAAE. Frutos tratados apresentaram coloração de polpa mais intensa, menor firmeza e maior teor de sólidos solúveis em relação aos não-tratados. A aplicação de 500 ou 750 mg L-1 de ethephon, seguida de colheita no 3o DAAE, permitiu a obtenção de frutos com qualidade comercial, além de dispensar a climatização após a colheita. O uso do ethephon em pré-colheita antecipou o amadurecimento dos frutos na planta e a colheita de manga Ubá‟, e não prejudicou a qualidade final dos frutos. Para o experimento 3, mangas Ubá‟ fisiologicamente maduras, mas com as cascas verdes, foram colhidas em 11 de dezembro de 2008 (18a SAA). Frutos com massa média de 133,85 1,89 g foram submetidos a diferentes doses de carbureto de cálcio (0, 20, 40, 80 e 160 g/m3 de câmara) e etileno (0, 50, 100, 200 e 400 mL/ m3 de câmara) durante 24 h de exposição, em câmaras de refrigeração (18,1 0,7 C e 90 3% de UR), onde permaneceram, após o tratamento, até o completo amadurecimento. As maiores perdas de massa fresca foram registradas no 15 dia de armazenamento para as doses de 20 e 160 g de CaC2 e 50 mL de etileno. Nos frutos tratados com carbureto de cálcio, o pico respiratório ocorreu aos 3, 6, 9, 9 e 12 dias de armazenamento para as doses 160, 80, 40, 20 e 0 g, respectivamente. Naqueles tratados com etileno o pico climatérico respiratório foi registrado aos 3, 3, 6, 6 e 12 dias de armazenamento para as doses 400, 200, 100, 50 e 0 mL, respectivamente. A mudança de cor da casca, medida pelo ângulo hue, foi mais acelerada nos frutos tratados com carbureto de cálcio, em relação aos frutos tratados com etileno. Nos frutos tratados com etileno, a queda da firmeza foi mais brusca em relação aos frutos tratados com CaC2. No entanto, o extravasamento de solutos foi maior para frutos tratados com CaC2. O teor de sólidos solúveis foi crescente durante todo o período de avaliação, sendo que, quanto maior a dose de carbureto ou etileno, mais rápida foi a conversão de amido a açúcar. Ocorreu a antecipação e uniformização do amadurecimento de manga Ubá‟, independentemente da dose de carbureto de cálcio ou de etileno.

ASSUNTO(S)

fitotecnia pré-colheita pós-colheita acetileno graus-dia etileno degree-days ethylene acetylene postharvest pre-harvest

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