Correlação entre o índice cardiofemoral e o perfil gasométrico fetal em gestações complicadas por isoimunização

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Introdução: a isoimunização materno-fetal, também conhecida como doença hemolítica perinatal é a principal causa de anemia fetal e neonatal e apresenta incidência ainda inaceitável em nosso país, apesar do desenvolvimento da profilaxia anti-Rh na década de 60. O Centro de Medicina Fetal da UFMG é referência para o acompanhamento de gestações complicadas por isoimunização. Devido ao fato de os procedimentos invasivos utilizados para o acompanhamento destas gestações agravarem a sensibilização, vários estudos foram desenvolvidos com o objetivo de desenvolver métodos não invasivos para a predição da anemia fetal e para o acompanhamento das gestações complicadas por isoimunização. Objetivo: O presente estudo objetiva determinar se existe correlação entre o índice cardiofemoral e o perfil gasométrico fetal em gestações complicadas por isoimunização, com o intuito de avaliar a capacidade de um método não-invasivo (índice cárdio-femoral) em predizer a acidemia fetal. Pacientes e Métodos: realizou-se estudo transversal no qual foram acompanhadas 51 gestantes com idade gestacional entre 25 e 34 semanas isoimunizadas provenientes do Centro de Medicina Fetal da Hospital das Clínicas da UFMG que possuíam evidência de anemia fetal e indicação para cordocentese (para determinação da hemoglobina no sangue de cordão). As 51 gestantes foram submetidas a um total de 68 cordocenteses. Antes da realização da cordocentese, com a visão ultra-sonográfica das quatro câmaras do coração fetal em tempo real e modo-M, foi medido o diâmetro biventricular externo (DBVE). A seguir, determinou-se o comprimento do fêmur e calculou-se o índice cardiofemoral, que corresponde à divisão do DBVE pelo comprimento do fêmur em cada caso. O equipamento de ultra-sonografia utilizado foi SONOACE 8800 (Medsom). Determinou-se o perfil gasométrico fetal em cada amostra de sangue fetal obtida por cordocentese. As gasometrias foram obtidas por equipamento próprio (BAYER DIAGNOSIS). O índice cardiofemoral foi comparado com o pH, pO2, pCO2, BE e HCO3- através de regressão linear, com nível de significância p <0,05. Para a determinação do ponto de corte ideal do índice cardiofemoral em relação ao pH fetal, utilizou-se uma curva ROC, também com nível de significância p <0,05. Resultados: observou-se correlação inversa entre o incide cardiofemoral e o pH no sangue fetal ( p= 0,001); entretanto, não houve correlação estatisticamente significativa entre o índice cardiofemoral e os outros parâmetros do perfil gasométrico ( pO2, pCO2, BE e HCO3- ). Com a utilização da curva ROC, o ponto de corte do índice cardiofemoral para a predição da acidemia fetal foi 0,64, com sensibidade de 100%, especificidade de 77% e p= 0,0003. Conclusões: existe correlação inversa estatisticamente significativa entre o índice cardiofemoral e o pH no sangue fetal: à medida que o índice cardiofemoral aumenta, ocorre acidemia fetal (pH <7,2); o ponto de corte ideal do incide cardiofemoral para rastreamento da acidemia foi 0,64: fetos com índice cardiofemoral menor que 0,64 não apresentam acidemia; fetos com íncide cardiofemoral maior que 0,64 apresentam risco de acidemia.

ASSUNTO(S)

gasometria decs doenças fetais decs tese da faculdade de medicina. anemia hemolítica decs cordocentese decs isoimunização rh decs eritoblastose fetal decs dissertações acadêmicas decs gravidez de alto risco decs diagnóstico pré-natal decs ginecologia teses. anemia neonatal decs

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