Corpo e emoção no protesto feminista: a Marcha das Vadias do Rio de Janeiro
AUTOR(ES)
Gomes, Carla de Castro
FONTE
Sex., Salud Soc. (Rio J.)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2017-04
RESUMO
Resumo Os corpos e as emoções sempre foram importantes recursos políticos para ativistas, embora apenas recentemente tenham se tornado objetos de interesse dos estudos sobre movimentos sociais. Na Marcha das Vadias, protesto feminista contra o estupro, os corpos das participantes constituem os próprios sentidos da ação coletiva, já que são mobilizados por elas para produzir novos códigos acerca da violência sexual e da sexualidade. A nudez e o uso de roupas “sensuais” são algumas das formas pelas quais o corpo é utilizado para produzir e comunicar essas mensagens. A performatividade incorporada das participantes busca produzir eficácia simbólica evocando emoções associadas ao humor, à provocação e à autoafirmação, e preterindo a expressão pública de dor e a figura da vítima, marcantes em outros protestos contra o estupro. Os repertórios corporais e emocionais do protesto, resultantes do trabalho simbólico e material feito pelas ativistas a partir de contextos culturais e de interação específicos, reelaboram a política identitária feminista, na medida em que são usados tanto pelas vadias como por outros grupos feministas para delimitar fronteiras, sempre fluidas, de diferenciação mútua.
ASSUNTO(S)
corpo emoções identidade feminismo marcha das vadias
Documentos Relacionados
- Corpo, geração e identidade: a Marcha das vadias no Brasil
- Dilemas do feminismo e a possibilidade de radicalização da democracia em meio às diferenças O caso da Marcha das Vadias do Rio de Janeiro
- O rolê feminista: autonomia e política prefigurativa no campo feminista contemporâneo
- Ressignificar e resistir: a Marcha das Vadias e a apropriação da denominação opressora
- Movimento e teoria feminista: é possível reconstruir a teoria feminista a partir do Sul global?