Contribuição ao estudo químico e biológico de Hancornia speciosa Gomes (Apocynaceae)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A presente dissertação descreve o estudo químico e da atividade biológica de folhas de Hancornia speciosa Gomes (Apocynaceae), espécie frutífera, genuinamente brasileira, comum no bioma Cerrado do Distrito Federal e conhecida popularmente como mangaba. O látex dessa espécie é utilizado na medicina popular para o tratamento de desordens gástricas e tuberculose e as folhas para tratar dismenorréia e diabetes. Dos extratos hexânico e etanólico foram obtidos: mistura de hidrocarbonetos; mistura de álcoois de cadeia longa; obtusalina e eritrodiol; lupeol, - e -amirina e seus derivados 3-acilados; -sitosterol; rutina e ácido clorogênico. Os extratos e frações de Hancornia speciosa foram submetidos a ensaios para avaliar sua atividade biológica. Em teste de citotoxicidade, utilizando como modelo a toxicidade às larvas de Artemia salina, os extratos brutos e frações não apresentaram toxicidade (DL50>1000 ppm). Na avaliação da atividade alelopática, foi determinada a ação dos extratos brutos sobre a germinação e crescimento das sementes de Lactuca sativa. O extrato hexânico não inibiu a germinação de forma significativa, mas reduziu o índice de velocidade de germinação (IVG) nas concentrações testadas e inibiu o crescimento das partes aéreas (epicótilo) das plântulas e raízes (hipocótilo). O extrato etanólico inibiu a germinação e reduziu o IVG em todas as concentrações avaliadas; não inibiu o crescimento do epicótilo, porém inibiu o crescimento do hipocótilo, nas plântulas. O extrato etanólico foi avaliado quanto à atividade antioxidante através de dois modelos: pelo método de varredura do peróxido de hidrogênio no qual, o extrato etanólico (CE50 = 4.25 μg/mL) apresentou atividade antioxidante cerca de 20 vezes maior que aquela apresentada pelo controle positivo (ácido ascórbico, CE50 = 84,87 μg/mL) e pelo modelo da redução do complexo de fosfomolibdênio, realizado de acordo com a modificação do método de Prieto, (1999), no qual o extrato etanólico (EEB) apresentou 41% de atividade antioxidante em relação à um equivalente de 1mg/mL de quercetina, Assim, trabalho visa contribuir para o conhecimento de plantas medicinais brasileira e até onde vai nosso conhecimento, esse é o primeiro relato da presença de obtusalina, eritrodiol, -sitosterol e dos derivados acilados de - e -amirina no gênero Hancornia.

ASSUNTO(S)

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