Contribuição ao estudo da estrutura do granulo de amido de milho, tratamento termico, hidrolise enzimatica e permeação em gel

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1993

RESUMO

No presente trabalho foi estudado o tratamento térmico sob baixa umidade e sua influência na suscetibilidade enzimática de amidos milhos normal e ceroso, visando obter maiores informações de a respeito da estrutura dos diferentes grânulos de amido. Amidos de milho normal e de milho ceroso foram extraídos e submetidos a tratamento térmico (100oC/16 horas) em diferentes teores de umidade e posteriormente submetidos à ação da α-amilase e amiloglucosidase. Índice de absorção de água e propriedades de pasta destes amidos foram determinadas e os residuos da hidrólise foram analisados cristalográfica, microscópica e cromatograficamente. Os resultados obtidos com os amidos de milho normal e ce¬roso tratados a 18% de umidade mostraram que o tratamento térmico provocou aumento da cristalinidade sugerindo rearranjo das moléculas de amido com fortalecimento das ligações internas dos grânulos e maior grau de associação das cadeias de amido. Este fato ocasional queda drástica na suscetibilidade enzimática destes amidos. Por outro lado, para os amidos tratados a 27% de umidade, o tratamento térmico pareceu ter provocado rompimento seguido de rearranjo das ligações internas dos grânulos induzindo a alguma degradação do amido e aumentando marcadamente a área acessível à amilólise. O tratamento térmico não provocou mudanças no tamanho ou forma dos grânulos de amido, mas tanto o tratamento térmico como o enzimático resultaram em alterações nas zonas amorfas dos grânulos de amido. Através de microscópia eletrônica de varredura, observou- se que os grânulos de amido natural possuem estrutura porosa e o ataque enzimático provocou extensa corrosão através de canais radiais. A hidrólise enzimática sobre ambos amidos, normal e ceroso, tratados termicamente a 27% de umidade, além da corrosão através de canais radiais, provocou maior quebra dos grânulos como se a estrutura restante se rompesse com maior facilidade. A conhecida estrutura disposta em camadas concêntricas alternadamente claras e escuras foi observada para ambos amidos tratados enzimaticamente. Cromatografia em gel Sephadex G-50 das α-glucanas dos amidos de milho normal e ceroso submetidos ou não ao tratamento térmico a 27% de umidade foi realizada diretamente e após sucessivas digestões enzimáticas com pululanase e β -amilase. Os resultados mostraram que existem diferenças nos residuos dos amidos de milho ceroso e normal tratados com α- amilase e amiloglucosidase. No resíduo do amido de milho ceroso os perfis de eluição mostraram duas frações a 290 e 350ml "(picos II e III) respectivamente, muito pequenas que não eram suscetíveis ao ataque da α- amilase e amiloglucosidase indicando que estas frações faziam parte das zonas cristalinas do amido. Estas frações também faziam parte das áreas cristalinas no amido normal. No entanto, a presença do pico V a 390ml na α-glucanas do amido de milho normal sugeriu que além das duas frações não suscetíveis à hidrólise, existia outra que também participava das zonas cristalinas deste amido. A presença deste pico a 390ml sugeriu o arranjo cristalino distinto entre o amido de milho ceroso e normal. Por outro lado, o tratamento térmico a 27% de umidade não foi capaz de romper totalmente suas ligações e esta fração continuou presente após tratamento térmico e enzimático como regiões não suscetíveis à hidrolise formando, conseqüentemente, rede cristalina fortemente associada.

ASSUNTO(S)

tratamento termico amido milho

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