Contradições na prática coletiva da agricultura urbana: uma análise Bourdieusiana

AUTOR(ES)
FONTE

Cadernos EBAPE.BR

DATA DE PUBLICAÇÃO

2022

RESUMO

Resumo A Agricultura Urbana (AU) tem alcançado bastante visibilidade na contemporaneidade, apesar de não ser uma prática nova, pois a sua origem está associada ao surgimento das cidades. Práticas de agricultura nas cidades têm se mostrado positivas, mas também permeadas por contradições. Este artigo apresenta a análise de uma horta urbana coletiva situada na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A Horta da Formiga (HF) foi observada, como um campo social, em uma investigação participativa ao longo de dois anos. Buscou-se responder à seguinte inquietação: como agentes protagonistas em uma horta urbana coletiva conciliam as contradições inerentes a esse campo social? Com vistas a este objetivo, o aparato de Pierre Bourdieu foi mobilizado como lente teórico-metodológica. O corolário do argumento desenvolvido é que quanto mais os agentes protagonistas da HF se aproximam dos capitais tidos como legítimos ao Estado (metacampo de poder), mais são capazes de conciliar as contradições que se atravessam nesse campo. Identificou-se, pois, que embora haja uma agência desses indivíduos, considerando a análise recorrendo às noções de capital e à categoria habitus de Bourdieu, há condicionantes estruturados no campo que não permitem a conciliação de contradições de formas mais orgânicas e diversas.

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