Consumo alimentar, estado nutricional de gestantes e indicadores de reservas de ferro / Food intake, nutritional status of pregnant women and indicators of iron stores

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/05/2011

RESUMO

Introdução: Entre os distúrbios nutricionais mais importantes na gestação, destaca-se a carência de ferro. A prática alimentar das mulheres dos países em desenvolvimento mostra que a maioria não tem reserva suficiente do mineral para suprir a elevada demanda da gestação. Como consequência da deficiência de ferro prolongada, desenvolve-se a anemia ferropriva que traz complicações adversas à saúde da gestante e do concepto. Objetivo: Analisar o consumo alimentar, estado nutricional e os indicadores de reservas de ferro em gestantes adultas, de baixo risco, no 2 trimestre de gestação. Método: Estudo transversal realizado no ambulatório de pré-natal do Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso, na cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso. A população de estudo constituiu-se de todas as gestantes que frequentaram o serviço de pré-natal do HUJM, entre maio de 2008 a maio de 2009 e 146 gestantes atenderam aos critérios de inclusão na pesquisa. Os dados foram obtidos do prontuário e por meio de entrevista, com aplicação de formulário que incluía questões sobre as condições socioeconômicas e história reprodutiva. O Questionário de Frequência de Consumo Alimentar (QFCA) foi empregado para avaliar o consumo alimentar. Na análise estatística, a normalidade da distribuição das variáveis foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov e utilizou-se para médias o teste de Mann-Whiney, para proporções o teste do Qui-quadrado ou exato de Fisher e considerou-se um nível de significância de 5% para rejeição da hipótese de nulidade. Resultados: Entre as gestantes estudadas observou-se que 47% tinham menos de 25 anos, 36% não completaram o ensino fundamental, 60% tinham renda familiar menor que um salário mínimo per capita, 19% viviam sem o companheiro, 41% eram nuliparas, 37% sofreram aborto. Quanto ao estado nutricional pré-gestacional, 21% das gestantes tinham baixo peso e 29% sobrepeso/obesidade. Os indicadores hematimétricos com correlação mais forte entre si foram a hemoglobina e o hematócrito e entre os indicadores de reserva de ferro, o ferro sérico e o índice de saturação da transferrina. A prevalência de anemia foi de 4,8% (Hb <11 g/dl), e de deficiência de ferro considerando os indicadores ferro e ferritina foi 30,1% e 39%, respectivamente. Os alimentos mais consumidos diariamente pelas gestantes foram o arroz, feijão, pão, o macarrão, frango, laranja, produtos enlatados, ovos, carne bovina. Mais de um terço das gestantes entrevistadas relatou não ingerir sulfato ferroso. Conclusão: O estudo constatou a importância do estado nutricional antes e durante a gestação, sugerindo que gestantes com sobrepeso/obesidade tiveram mais alterações nos indicadores de reservas de ferro no período pré-gestacional e no período gestacional, a prevalência de sobrepeso/obesidade foi de 40%. Não se observou associação entre o consumo de grupos de alimentos e a presença de alterações nos indicadores de reservas de ferro, porém, sugere-se que o consumo de macarrão, alimento fortificado com ferro, foi maior entre as gestantes com nível de ferro sérico normal.

ASSUNTO(S)

anemia gestantes deficiência de ferro consumo alimentar antropometria rede pública enfermagem pregnant women food intake nutritional status iron store indices iron deficiency

Documentos Relacionados