Construção e validação de um Sistema Integrado de Dados de Intervenção Coronária Percutânea no Brasil (Registro ICP-BR): perfil clínico dos primeiros 1.249 pacientes incluídos
AUTOR(ES)
Paula, Leonardo J. C. de, Lemos, Pedro A., Medeiros, Cesar Rocha, Marin-Neto, José A., Figueiredo, Geraldo Luiz, Polanczyk, Carisi A., Wainstein, Marco V., Ribeiro, Antônio L. P., Lodi-Junqueira, Lucas, Oliveira, Flavio R. A., Sarmento-Leite, Rogério, Mattos, Luiz Alberto, Cantarelli, Marcelo J. C., Brito Jr., Fábio Sândolide, Carvalho, Antonio C. C., Barbosa, Maurício R.
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
INTRODUÇÃO: A intervenção coronária percutânea cresceu de modo expressivo nas últimas décadas. Entretanto, relatos de resultados imediatos e a longo prazo desse procedimento em instituições brasileiras são esporádicos e restritos a alguns centros. A presente proposta objetiva descrever um sistema nacional para a avaliação dos indivíduos tratados por intervenção coronária percutânea no Brasil. MÉTODOS: O Registro ICP-BR foi constituído por meio de rede informatizada para a captação de dados, via web, sobre angioplastias coronárias realizadas no dia a dia da cardiologia intervencionista, sem critérios de exclusão. Em sua fase piloto, 8 centros nacionais foram selecionados para a coleta inicial de dados. Relatamos o perfil clínico e a evolução intra-hospitalar dos primeiros pacientes incluídos. RESULTADOS: De março de 2009 a dezembro de 2009, foram incluídos 1.249 pacientes na base de dados. No total, 60% foram tratados pelo Sistema Único de Saúde, 38% por planos de saúde e 2% eram pagantes. A média de idade era de 63,7 ± 11,3 anos, 36% eram diabéticos, 12% tinham cirurgia prévia e 27% tinham angioplastia prévia. À admissão, 39% eram estáveis e 18% tinham infarto com supradesnivelamento do segmento ST. Ultrassom intracoronário ou reserva fracionada de fluxo foram utilizados em 2,8% dos casos. Stents foram utilizados em 93% dos procedimentos, sendo farmacológicos em 16,2% dos pacientes. A mortalidade foi de 0,2% nos pacientes estáveis, de 2,4% nos casos de coronariopatia aguda sem supradesnivelamento do segmento ST, de 6,1% nos pacientes com infarto com supradesnivelamento do segmento ST e de 3,6% naqueles com "equivalente anginoso". CONCLUSÕES: Descrevemos a construção e a efetiva implementação de sistema informatizado para a coleta detalhada de dados sobre procedimentos de intervenção percutânea coronária no Brasil. Em decorrência do caráter inclusivo sem restrições (all-comers) e do seguimento prospectivamente desenhado dos pacientes, esse sistema de captação e registro poderá contribuir de forma decisiva para que se trace o perfil das intervenções percutâneas coronárias em nosso País.
ASSUNTO(S)
angioplastia angioplastia transluminal percutânea coronária perfil de saúde evolução clínica sistemas de informação
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