Intervenção coronária percutânea em pontes de veia safena com uso de stents farmacológicos: resultados agudos e tardios dos pacientes incluídos no registro DESIRE
AUTOR(ES)
Costa Jr., Jose de Ribamar, Sousa, Amanda G. M. R., Moreira, Adriana, Costa, Ricardo, Maldonado, Galo, Cano, Manuel, Pinto, Ibraim, Campos, Cantídio, Staico, Rodolfo, Feres, Fausto, Dib, Maria Helena, Pavanello, Ricardo, Sousa, J. Eduardo
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-06
RESUMO
INTRODUÇÃO: Mesmo com o advento dos stents farmacológicos, a intervenção coronária percutânea em pontes de veia safena permanece desafiadora, com elevada incidência de complicações agudas e incerteza dos resultados tardios. Neste estudo, buscamos avaliar os resultados clínicos de pacientes com lesões em pontes de veia safena tratados com stents farmacológicos. MÉTODO: Entre maio de 2002 e janeiro de 2009, 151 pacientes com 196 lesões em pontes de veia safena foram consecutivamente submetidos a intervenção coronária percutânea com 211 stents farmacológicos e incluídos neste estudo. Os pacientes foram pré-tratados com enoxaparina, clopidogrel e ácido acetilsalicílico por 3 a 5 dias antes da intervenção coronária percutânea. A terapia antiplaquetária dupla (ácido acetilsalicílico + clopidogrel) foi prescrita por 12 meses. Objetivou-se determinar as taxas de eventos cardíacos adversos maiores (ECAM) no período hospitalar e na fase tardia. Seguimento clínico foi obtido com 1, 6 e 12 meses e, então, anualmente. RESULTADOS: A média de idade da população avaliada foi de 68,2 anos, com predominância do sexo masculino (89,1%). Diabetes melito foi observado em 30,7% dos casos e a média de idade dos enxertos venosos foi de 10,4 anos. Sucesso angiográfico foi obtido em 98,2% dos casos. Na fase hospitalar, a taxa de ECAM foi de 8,7%, sobretudo à custa de elevação enzimática pós-procedimento (7,1%). No primeiro ano de evolução, a taxa de ECAM elevou-se para 14,2%, com 3,9% de nova revascularização da lesãoalvo. No seguimento mais tardio (média de 2,6 anos), a taxa de ECAM atingiu 28,5%, com 6% de óbito cardíaco e 16,6% de infarto agudo do miocárdio. Nessa população, foram observados 5 casos de trombose (todos definitivos). CONCLUSÃO: Na presente subanálise do Registro DESIRE, o uso da terapêutica antitrombótica otimizada (ácido acetilsalicílico + tienopiridínico + heparina de baixo peso, por 3 a 5 dias pré-intervenção) e o uso de stents farmacológicos para o tratamento de pontes de veia safena correlacionaramse com excelentes desfechos clínicos imediatos e no primeiro ano pós-intervenção percutânea. No entanto, após o primeiro ano, tais resultados sofrem marcante deterioração, refletindo o caráter mais agressivo da doença vascular nos condutos venosos. As taxas de trombose podem ser consideradas baixas, favorecendo a segurança desses instrumentais em tão complexo cenário.
ASSUNTO(S)
angioplastia transluminal percutânea coronária stents farmacológicos veia safena
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