COMPORTAMENTO FENOTÍPICO E PERFIL DE SUSCETIBILIDADE DE C. dubliniensis RESISTENTES AO FLUCONAZOL FRENTE A ANTIFÚNGICOS E ASSOCIAÇÕES

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O uso prolongado e indiscriminado dos azólicos nos últimos anos permitiu um rápido desenvolvimento de resistência aos fármacos nas espécies de Candida. Em Candida albicans, a resistência ao fluconazol causa resistência cruzada a outros antifúngicos e aumento na virulência, tornando o tratamento ainda mais complicado por causa das opções terapêuticas limitadas. Ainda assim, outras espécies emergiram como patógenos significantes de importância clínica. A resistência ao fluconazol tem sido clinicamente descrita em isolados de Candida dubliniensis e é facilmente induzida pela exposição in vitro ao azólico, mas pouco se conhece sobre suas conseqüências. No presente estudo, dois grupos de isolados de C. dubliniensis foram avaliados e comparados em alguns aspectos com C. albicans. Um grupo era composto de isolados clínicos sensíveis ao fluconazol, e o outro, derivado do primeiro, era composto de isolados resistentes, com o intuito de analisar as alterações nas características fenotípicas e na suscetibilidade aos antifúngicos que acompanham o desenvolvimento de resistência ao fluconazol. Os derivados resistentes obtidos evidenciaram concentrações inibitórias mínimas maiores ou iguais a 64 μg/mL e mantiveram grande parte das características fenotípicas avaliadas anteriormente à indução da resistência. Entretanto, apenas o Ágar Suco de Tomate permitiu a identificação dessas estruturas em 100% dos isolados resistentes. Diante das toxinas killer, C. albicans e C. dubliniensis exibiram biotipos incapazes de permitir a diferenciação entre as espécies. Por outro lado, quando avaliada a atividade de proteinase, a de Candida albicans foi significativamente maior do que a de C. dubliniensis. Os derivados resistentes de C. dubliniensis evidenciaram atividade de proteinase semelhante a dos isolados sensíveis ao fluconazol, sugerindo que a resistência ao antifúngico pode não necessariamente acarretar aumento de virulência na espécie. Microaerofilia, fluconazol a concentrações subinibitórias, ou a combinação dessas duas condições, bem como a adição de anti-retrovirais ao meio de indução da enzima não exerceram influência sobre a atividade de proteinase em C. albicans e C. dubliniensis. C. dubliniensis resistentes ao fluconazol evidenciaram resistência cruzada com cetoconazol, itraconazol, ravuconazol e terbinafina. Em adição, as associações de anfotericina B ou terbinafina com azólicos resultaram principalmente em interações indiferentes. Em isolados sensíveis, a interação mais positiva resultou da associação de anfotericina B com voriconazol. Quando a resistência foi induzida, a melhor atividade foi encontrada quando a terbinafina foi combinada com itraconazol.

ASSUNTO(S)

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