Complicações respiratórias em pacientes com paralisia cerebral submetidos à anestesia geral
AUTOR(ES)
Mello, Sérgio Silva de, Marques, Ronaldo Soares, Saraiva, Renato Ângelo
FONTE
Revista Brasileira de Anestesiologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-10
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Anestesia em pacientes com paralisia cerebral (PC) pode representar um desafio para o anestesiologista. Este estudo prospectivo teve como objetivo determinar a prevalência e o risco de complicações respiratórias em crianças com PC submetidas à anestesia geral inalatória (AGI) para tomografia computadorizada (TC). MÉTODO: Participaram do estudo pacientes com idades entre 1 e 17 anos, estado físico ASA I a III, submetidos a AGI com sevoflurano e máscara laríngea para TC no período de junho/2002 a junho/2003, divididos em três grupos: PC tetraplégicos (PCT), outros tipos de PC (PCO) e paciente sem PC (NPC). Os pais ou responsáveis responderam a um questionário com perguntas sobre o histórico médico dos pacientes, infecção de vias aéreas superiores (IVAS), asma, convulsão, incoordenação orofaríngea, refluxo gastroesofágico, etc. Dados sobre incidência e gravidade das complicações respiratórias foram coletados prospectivamente (tosse, broncoespasmo, laringoespasmo, hipoxemia, aspiração). A amostra foi calculada para uma incidência esperada de 5% no grupo NPC, com uma diferença de 15% entre os grupos (alfa = 0,05 e beta = 0,1), utilizando-se os testes do Qui-quadrado, exato de Fisher e t de Student. RESULTADOS: Compuseram a amostra 290 pacientes divididos nos grupos da seguinte forma: PCT - 100, PCO - 79 e NPC - 111. Não houve diferença na prevalência de complicações respiratórias entre os grupos PCT (4%), PCO (8,9%) e NPC (7,3%). Houve associação entre a presença de IVAS e a ocorrência de complicações (risco relativo, 10,71). CONCLUSÕES: Crianças com paralisia cerebral tipo tetraplegia espástica não parecem ter um risco aumentado de complicações respiratórias durante anestesia geral inalatória com sevoflurano e máscara laríngea. O estudo confirma IVAS como fator de risco para a ocorrência dessas complicações.
ASSUNTO(S)
anestesia, geral doenÇas, neurológica complicaÇÕes
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