Comparação entre tecnicas morfometricas aplicadas ao epitelio vaginal apos uso prolongado do contraceptivo injetavel acetato de medroxiprogesterona de deposito

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

O acetato de medroxiprogesterona de depósito (AMPD) é um contraceptivo de depósito, de absorção lenta, extensamente usado no mundo. Tem sido sugerido que esta droga possa alterar a mucosa vaginal e assim poderia aumentar o risco de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, facilitando, por exemplo, a aquisição do vírus da imunodeficiência humana (HIV). Em experiências com animais, foi mostrado que injeções de AMPD provocavam uma atrofia no epitélio vaginal, ocorrendo um aumento na incidência de infecções pelo vírus da imunodeficiência do símio (SIV). Estudos clínicos são contraditórios. MAUCK et al., (1998) realizaram um estudo prospectivo no qual 16 mulheres submeteram-se à biópsia vaginal depois de três meses da administração de uma dose de AMPD e os resultados mostraram que não houve mudança na espessura do epitélio vaginal. MILLER et al., (2000) mostrou que o número de camadas de células no epitélio estava significativamente reduzido, a espessura epitelial estava diminuída tanto quanto a camada de glicogênio, depois de 6 meses de uso do AMPD, o que poderia prejudicar a barreira epitelial vaginal para infecções. A diferença entre estes dois estudos poderia ser em razão das características individuais de ambos, tais como, escolha das pacientes ou, simplesmente, em virtude dos métodos morfométricos usados. Para tornar claro o último tópico, comparam-se dois métodos diferentes de avaliação morfométrica da espessura do epitélio vaginal de mulheres, depois de uso prolongado de AMPD. Vinte usuárias de 150 mg AMPD, como um método anticoncepcional utilizado durante pelo menos 2 anos e nenhum mais de três anos e 20 não usuárias de qualquer hormônio, foram pareadas para participarem do estudo. Uma biópsia foi coletada a direita ou à esquerda da parede vaginal, fixada em uma solução de formaldeído aquosa a 4% e foi incluída em parafina. Os cortes foram corados com hematoxilina-eosina. A avaliação morfométrica foi feita da seguinte forma: 1) morfometria manual: usando uma ocular milimetrada, tendo os observadores, medidas a menor e a maior espessuras do epitélio, como também as espessuras de três pontos escolhidos ao acaso; 2) morfométrico interativo: Imagens do epitélio vaginal foram digitalizadas pelo sistema KS400. Então uma imagem binária, contrastando o epitélio vaginal, foi selecionada e os valores, menor, maior e três áreas aleatoriamente escolhidas, eram automaticamente determinadas por um algoritmo especial, escrito para este propósito. Para análise final, foi definida a variável ?média final? como a média aritmética da maior medida, menor medida e das três medidas aleatórias. Para comparar a qualidade das medidas dos dois métodos calculam-se as distribuições de poder do teste dos dois métodos. O poder do teste é definido como a probabilidade do teste estatístico aplicado detectar diferenças existentes. O poder do teste depende: da diferença a ser detectada, do desvio- padrão das distribuições e do número de elementos por grupo. Os resultados mostraram que as avaliações morfométricas, baseadas em morfometria computadorizada interativa são superiores às avaliações baseadas em avaliação manual, através de ocular milimetrada, em relação ao poder do teste pareado, para o estudo dos grupos. Na nossa comparação entre os dois métodos, baseada na simulação dos valores em ambos os grupos independentes, nós poderíamos mostra-se a superioridade do poder de teste baseado no cálculo feito por morfometria interativa em imagens digitalizadas. Em resumo, estudos baseados em morfometria interativa de imagens digitalizadas podem revelar mais poder do teste e prover resultados mais fidedignos que investigações baseadas em método micrométrico ocular manual

ASSUNTO(S)

processamento de imagens - tecnicas digitais anticoncepcionais

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