Comparação entre as desembocaduras do Complexo Estuarino do Cassurubá (BA): características hidrográficas e hidrodinâmicas / Comparision between two mouths of Cassurubá estuarine complex (BA): Hydrography and hydrodynamics

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/02/2012

RESUMO

Os principais fenômenos físicos que atuam como forçantes de movimento nos estuários são descarga fluvial, maré e vento. As diferentes intensidades com que cada um pode atuar proporcionam uma vasta gama de combinações e condições distintas, às quais estão submetidos os estuários de todo o mundo. O Complexo Estuarino do Cassurubá (CEC) está sujeito a descargas fluviais com vazões da ordem de 101 m3/s, a mesomarés variando entre 2 e 4 m, e a ventos de E/NE de ordem 101 m/s com algumas entradas de S/SO também de ordem 101 m/s. Contudo, seus canais Norte e Sul apresentam diferentes características hidrográficas e hidrodinâmicas. O objetivo deste trabalho foi confirmar e explicar esta distinção, através de dados de velocidade, temperatura, salinidade e profundidade, com suas respectivas variações temporais. Os objetivos específicos foram direcionados para se testar a hipótese de que a pequena diferença entre as vazões dos rios Caravelas e Peruípe (sendo a deste maior) pode criar configurações estruturais distintas e, consequentemente, gerar alterações no transporte de massa e volume. A análise dos dados demonstrou que ambos os canais estuarinos são influenciados principalmente por fenômenos marinhos, neste caso a maré. Os padrões estruturais e a ciclicidade das variações dos parâmetros estudados foram determinados predominantemente pela maré e a velocidade de suas correntes, com leve influência da descarga fluvial nas estruturas termohalina e hidrodinâmica. Como previsto, a pequena diferença observada a favor do rio Peruípe, associada a características geográficas e batimétricas locais, mostraram-se determinantes para os processos físicos que correm no CEC. Síntese dos resultados: Velocidades máximas de 0,5 m/s nas quadraturas e 1 a 1,5 m/s nas sizígias, em ambos os canais. Circulação estuarina clássica observada nitidamente nas quadraturas. Sizígias mostram mesmo sentido ao longo da coluna d\ água. Maior simetria entre correntes de vazante e enchente durante sizígias, menor durante quadraturas. Nova Viçosa com assimetria mais evidente devido à maior descarga fluvial. Salinidades mínimas de 32 em Caravelas e 17 em Nova Viçosa. Salinidades superiores a 36 em toda a coluna d\ água durante fases de sizígia, associadas às temperaturas de 28º, constataxv se a intrusão da Água Tropical em ambos os canais estuarinos. Temperatura passou de 25 ºC no inverno para 28 ºC no verão, em ambos. O canal de Caravelas mostrou-se importador durante três campanhas e exportador em apenas uma, porém com maior intensidade. O canal de Nova Viçosa mostrouse exportador durante as quatro campanhas. Onda de maré comportou-se como progressiva em Caravelas no inverno, e como estacionária no verão. Em Nova Viçosa foi como estacionária o tempo todo. Processos de mistura dominaram na maior parte do tempo. Estratificações formadas mais em quadratura e em torno de estofas. Classificações estação A - transição entre 1a e 2a - colunas bem misturadas, com fraca estratificação vertical; estação C - transição entre 1a, 2a, 1b e 2b - com apreciável estratificação nas quadraturas e colunas bem misturadas nas sizígias. Predomínio da difusão turbulenta no transporte de sal rio acima em A. Em C, boa participação da advecção nas quadraturas.

ASSUNTO(S)

hidrodinâmica hydrodynamics peruípe peruípe stratification caravelas caravelas cassurubá cassurubá estratificação. estuário estuary

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