Colonização nasofaríngea pelo Streptococcus pneumoniae em crianças com doença falciforme usando penicilina profilática

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal de Pediatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005-04

RESUMO

OBJETIVOS: Determinar a prevalência de colonização nasofaríngea pelo pneumococo em crianças com doença falciforme, em uso de profilaxia com penicilina; identificar fatores de risco para colonização; sorotipar as cepas isoladas e avaliar a resistência antimicrobiana. METODOLOGIA: Foram colhidos 188 suabes de nasofaringe de 98 crianças com doença falciforme em acompanhamento no Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo, no período de 09 de abril de 2002 a 28 de fevereiro de 2003. O isolamento e a identificação dos pneumococos seguiram procedimentos padronizados. A concentração inibitória mínima para penicilina foi determinada pelo método do E-test. A sorotipagem foi realizada pela reação de Neufeld-Quellung com anti-soros para 46 sorotipos. RESULTADOS: A idade variou de 4 meses a 17 anos (média e desvio padrão de 6,8±4,7 anos). Das 98 crianças do estudo, 13 apresentaram colonização pelo pneumococo (prevalência de 13,3%). O maior risco de colonização ocorreu em menores de 2 anos de idade (p = 0,02). A prevalência de cepas com resistência intermediária à penicilina foi de 21,4%, não sendo evidenciada resistência plena. Também não houve cepas resistentes à eritromicina, ceftriaxona e vancomicina. Os sorotipos isolados mais freqüentes foram o 18C e o 23F. CONCLUSÕES: O uso profilático de penicilina diminuiu a colonização nasofaríngea pelo pneumococo e não determinou aumento da resistência a esse antimicrobiano nas crianças com doença falciforme. A penicilina ainda pode ser usada na profilaxia e no tratamento dos episódios febris dessas crianças.

ASSUNTO(S)

anemia falciforme infecção pneumocócica resistência antibiótica

Documentos Relacionados