Clichê, ficção e riso : uma escrita-pesquisa por entre jornalismo e literatura / Cliché, fiction and laughing : a writing-research between journalism and literature

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/04/2012

RESUMO

Jornalismo. Literatura. Academia. Representatividade. Realidade. Modelo. Ficção. Pensamentos que preenchiam este papel-dissertação antes mesmo da escrita começar. Inspirada pelo conceito de clichê, do filósofo Gilles Deleuze, busquei entrar dentro dos clichês que ocupam a escrita, seja na academia, no jornalismo ou no jornalismo literário. Tentei convocá-los todos, mas não para apagá-los, negá-los, destruí-los. Busquei uma adesão sem resistência, para fazer uma luta com os clichês, e não contra eles. A academia, clichê da escrita que se faz modelo, o padrão a ser sempre seguido. Seria possível escrever uma dissertação que não se prendesse a esses modelos? Pass(e)ando por trabalhos que investem em outra(s) escrita(s) acadêmica(s), busco discutir possibilidades de experimentação da escrita desde dentro dos limites da academia. O jornalismo, que ao investir na possibilidade de representação completa e fiel da realidade, tornou-se o próprio clichê. Como pensar o jornalismo sem submetê-lo a um modelo de julgamento da verdade? Apresento, então, o conceito de ficção como uma possibilidade do jornalismo abrir-se para a multiplicidade e complexidade da realidade. O jornalismo literário, que viu na literatura a resposta para todos os problemas, salvação para os males do jornalismo, mas acabou reduzindo-a a listas de regras, um modelo a ser seguido, um adjetivo, um sobrenome de status do jornalismo. Como pensar (n)essa escrita que nasce do encontro entre jornalismo e literatura? Apostando que a literatura teria a potência de desterritorializar o jornalismo (literário), discuto como alguns artefatos do jornalismo têm investido em uma escrita que se efetua entre a ficção e o riso, tirando o jornalismo (literário) de seus eixos, colocando-o em uma terceira margem, onde ele começa a fabular a si e ao mundo. E por trás destas perguntas e pensamentos, uma outra pergunta não parava de pulsar: se habitamos uma civilização dos clichês, podemos nos livrar deles? Ao ver na escrita um problema de pesquisa que precisava ser experimentado e vivenciados nos (des)encontros, tentei responder esta pergunta em uma conversa com textos que investem na criação e experimentação, que não negam os clichês, mas surgem desde dentro deles, apostando em outras possibilidades de escrita.

ASSUNTO(S)

jornalismo jornalismo literário ficção humorismo clichês journalism new journalism fiction humor cliché

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