Cirurgia coronária com condutos arteriais múltiplos sem circulação extracorpórea
AUTOR(ES)
Navia, Daniel, Vrancic, Mariano, Vaccarino, Guillermo, Piccinini, Fernando, Iparraguirre, Eduardo, Casas, Marcelo, Thierer, Jorge
FONTE
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005-03
RESUMO
OBJETIVO: Analisar os resultados, em 30 dias, em pacientes submetidos de forma eletiva à revascularização arterial total do miocárdio sem circulação extracorpórea (CEC), e identificar preditores de morbimortalidade com esta estratégia cirúrgica. MÉTODO: Entre maio de 1999 e fevereiro de 2004, efetuaram-se 203 cirurgias de revascularização miocárdica (CRM) com revascularização arterial total sem CEC, em pacientes com doença de múltiplos vasos (três vasos 81,7%, doença de um vaso excluída). Reportaram-se variáveis pré-operatórias e comorbidade: média de idade 63,9 ± 9,13 anos, homens 182 (89,5%), hipertensão 132 (65%), tabagismo 125 (61%), hipercolesterolemia 152 (74,8%), infarto agudo do miocárdio prévio (mais de 30 dias) 73 (35%), disfunção ventricular moderada a grave 31 (15%), reoperação cinco (2,5%). A revascularização arterial total incluiu anastomoses em T e seqüenciais com artéria torácica interna esquerda (100%), torácica interna direita (56,6%) e artéria radial (63%). O número total de anastomoses foi 576 (média de três pontes/paciente), todas efetuadas com estabilizadores mecânicos externos. Não form realizadas anastomoses proximais na aorta. Cirurgia com CEC foi realizada em três (1,5%) pacientes. Noventa por cento dos pacientes foram extubados na sala de operações. Para a análise estatística, utilizou-se teste de regressão logística múltipla. RESULTADOS: A incidência de fibrilação atrial pós-operatória foi de 12,8% (26), insuficiência renal oligoanúrica 3% (seis), diálise 0,49% (um), infarto de miocárdio pós-operatório 1,47% (três), baixo débito cardíaco 4% (oito), reoperação por sangramento 1,47% (três), mediastinite 1,47% (três), acidente vascular cerebral 1,47% (três). A mortalidade intra-hospitalar foi de 2,45% (cinco). O único preditor independente de morbidade em 30 dias foi a idade (p=0,033; OR 1,04; IC 95%: 1-1,08). CONCLUSÃO: A cirurgia de revascularização miocárdica sem circulação extracorpórea utilizando condutos arteriais para a doença de múltiplos vasos é factível com baixa morbimortalidade em 30 dias.
ASSUNTO(S)
revascularização miocárdica artérias mamárias circulação extracorpórea
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