Revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea com enxertos arteriais: análise de 300 casos
AUTOR(ES)
Milani, Rodrigo, Brofman, Paulo, Souza, José Augusto M., Guimarães, Maximiliano, Barboza, Laura, Barboza, Alexandre, Précoma, Dalton, Maia, Francisco
FONTE
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005-09
RESUMO
OBJETIVO: Recentemente, o uso de múltiplos enxertos arteriais nas cirurgias coronarianas vem conquistando grande interesse da comunidade médica diante da perspectiva de melhores resultados a longo prazo em relação às veias safenas. O presente estudo tem por objetivo analisar os resultados imediatos da associação da operação de revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea, com o uso exclusivo de enxertos arteriais. MÉTODO: Entre junho de 2000 a dezembro de 2004, 300 pacientes foram submetidos a operação para revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea, usando-se apenas enxertos arteriais. A artéria torácica interna esquerda foi o enxerto de primeira escolha, seguida da artéria radial do membro superior não-dominante, artéria torácica interna direita e artéria radial do membro dominante. RESULTADO: A idade dos pacientes variou entre 33 e 77 anos. Duzentos e trinta e quatro pacientes eram do sexo masculino e 66 do sexo feminino. Com relação a fatores de risco coronarianos, 77% tinham história de hipertensão arterial, 66% história de tabagismo, 53% níveis elevados de colesterol e 21% eram diabéticos. Oitenta e quatro (28%) pacientes apresentavam antecedente de infarto do miocárdio e 77 (25,6%) necessitaram de nitroglicerina endovenosa no período pré-operatório. A fração de ejeção era inferior a 30% em 77 (25,6%) pacientes e a cineangiocoronariografia mostrou lesão em três ou mais vasos em 63% dos casos. O EuroSCORE variou de 0 a 12 pontos, com uma mortalidade esperada para este grupo de 3,7%. O número total de anastomoses distais foi de 838, com média de 2,79±0,97 por paciente. Houve seis (2%) óbitos nesta série, sendo dois por mediastinite, um por insuficiência renal após choque séptico, um por causas metabólicas, um por sangramento e um por broncopneumonia. Diabetes foi o único fator associado com aumento na mortalidade. CONCLUSÃO: A utilização de enxertos arteriais nas operações para revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea não acarretou aumento da morbi-mortalidade imediata nesta série. Os resultados obtidos estão dentro do previsto através do EuroSCORE. O uso de enxertos arteriais em diabéticos deve ser realizado de maneira bastante criteriosa.
ASSUNTO(S)
revascularização miocárdica circulação extracorpórea coronariopatia anastomose mamário-coronária
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