Cinética de degradação das frações de proteína e carboidrato em forrageiras tropicais e simulação do desempenho de caprinos / Protein and carbohydrate fractions ruminal degradation kinetics in tropical forages and goats performance simulation

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/02/2010

RESUMO

Objetivou-se com o presente estudo, determinar as frações proteícas e de carboidratos, medir os parâmetros cinéticos de degradação ruminal destas frações nas forrageiras capim-tifton 85, amoreira e leucena, bem como, realizar simulações de consumo e desempenho de caprinos em crescimento consumindo exclusivamente tais forrageiras. Os teores de proteína bruta (PB), de nitrogênio não-protéico (NNP), de nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) e insolúvel em detergente ácido (NIDA) foram mensurados para decompor os compostos nitrogenados - em quatro frações, a saber, A, B1, B2 e C. Ao incubar as forrageiras em um sistema in vitro com proteases oriundas do Streptomyces griseus obteve-se os perfis de degradação das frações protéicas. Análises dos teores de açúcares, amido, fibra solúvel em detergente neutro (FSDN) foram feitas para se determinar as frações A e B1 dos carboidratos, e a interpretação cinética dos perfis de degradação in vitro da FDN foi utilizada para obtenção das frações B2, C e taxa de degradação da fração B2. Com a combinação das técnicas in vitro gravimétricas e de produção de gases obteve-se as taxas de degradação das frações A e B1. Com relação aos valores das frações protéicas, o capim-tifton 85 possui maior proporção da fração B2, enquanto a amoreira e leucena maiores proporções das frações A e B1. A leucena apresentou as menores taxas de degradação das frações protéicas B1 e B2 (0,1005 e 0,0631 h-1). As frações de carboidratos A, B1, B2, e C variaram entre 2,80 e 5,16; 17,87 e 66,19; 20,83 e 54,08; e 7,83 e 25,25 para as forrageiras estudadas, sendo que o capim-tifton 85 possui maior proporção da fração B2, enquanto a amoreira e leucena da fração B1. As taxas de degradação das frações de carboidratos A, B1 e B2 foram 0,78; 0,41 e 0,084 h-1 no capim-tifton 85; 0,35; 0,07 e 0,274 h-1 na amoreira e 0,1965 e 0,3846 h-1 para as frações A+B1 e B2 na leucena, respectivamente. A proteína presente na amoreira apresenta maior disponibilidade que a proteína da leucena. As forrageiras estudadas apresentaram baixo teor de amido, o que não justifica a análise de tal componente, podendo este ser obtido por diferença entre CNF, FSDN e açúcares. As forrageiras não apresentam perfeita sincronização entre as frações de carboidratos e proteína com taxas de degradação semelhantes causando perdas de nitrogênio no rúmen. Simulações do desempenho e consumo em caprinos alimentados exclusivamente com as forrageiras em estudo foram feitas utilizando-se um modelo nutricional semelhante ao Cornell Net Carbohydrate and Protein System (CNCPS), com modificações em relação à modelagem dos atributos cinéticos de digestão e passagem do alimento, para verificar os nutrientes que limitam o máximo desempenho. A categoria animal escolhida para realização das simulações foi a de cabritas leiteiras em crescimento, após o desmame, com massa corporal de 20 kg e potencial máximo para ganho diário de 150 g. A repleção ruminal limita a taxa de consumos de matéria seca em 0,87 kg/dia para o capim-tifton 85; 3,20 kg/dia para a amoreira e 2,15 kg/dia para a leucena. As estimativas de consumo de matéria seca para atender a demanda energética são de 0,875; 0,744 e 0,732 kg/dia para o capim-tifton 85, amoreira e leucena, respectivamente. Os valores de balanço de nitrogênio amoniacal no rúmen variam de 8,5 a 11,0. As produções de massa microbiana oriundas dos CT foram 104,97 g/dia para o capim-tifton 85; 81,51 g/dia para a amoreira e 118,29 g/dia para a leucena. O fator limitante do desempenho de caprinos que consomem capim-tifton 85 ou amoreira exclusivamente é a proteína metabolizável. O fornecimento de leucena, na forma exclusiva, supre a demanda em proteína metabolizável para promover máximo desempenho. A limitação de consumo das forrageiras estudadas é determinada pela demanda energética dos animais. O uso das forrageiras como única fonte de alimento para os caprinos limita o máximo desempenho na fase de crescimento.

ASSUNTO(S)

caprinos fibra modelagem cncps nutricao e alimentacao animal goats fiber modeling cncps

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