Morphoanatomical and nutritional characteristics and productivity of tropical forages submitted to shading / Características morfoanatômicas, nutricionais e produtividade de forrageiras tropicais submetidas ao sombreamento

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

As características anatômicas, morfológicas e o valor nutritivo da braquiária (Brachiaria decumbens cv. Basilisk) e do amendoim forrageiro (Arachis pintoi cv. Amarillo) foram avaliadas em resposta a diferentes níveis de sombreamento artificial (0, 50 e 70%), com o objetivo de se determinar a aclimatação e capacidade produtiva destas forrageiras sob luminosidade reduzida. O estudo foi conduzido sob delineamento em blocos completamente casualizados, com três repetições. Foram realizados três e dois cortes, respectivamente, para avaliação das plantas de braquiária e amendoim forrageiro, ao longo do período experimental. Tanto a gramínea quanto a leguminosa apresentaram alterações anatômicas e morfológicas que afetaram a produção e o valor nutritivo das forrageiras sob sombra. De modo geral, ocorreu redução (P<0,01) na produção de matéria seca (PMS) das espécies em função dos níveis crescentes de sombra. O sombreamento promoveu aumento significativo (P<0,05) da área foliar específica (AFE) das plantas, em todos os cortes avaliados. Nas folhas de braquiária o aumento da AFE foi acompanhado por redução linear (P<0,05) na espessura das folhas sob sombra. Por outro lado, a espessura das folhas de amendoim forrageiro não sofreu alteração significativa com o sombreamento, apesar da redução linear (P<0,05) na espessura do parênquima paliçádico. A densidade estomática nas faces adaxial e abaxial da epiderme das folhas de amendoim forrageiro e braquiária diminuiu linearmente (P<0,05) com o incremento nos níveis de sombra, em todos os cortes avaliados. Já a área ocupada pelos diferentes tecidos na seção transversal de folha, com algumas exceções nas folhas de braquiária, não sofreu grandes alterações em função dos tratamentos. Acompanhando o incremento da AFE, a área foliar por folíolo e a área foliar por perfilho também apresentaram aumento significativo (P<0,05) com a redução dos níveis de luz. Já o índice de área foliar (IAF) não foi alterado pelos tratamentos nas forrageiras estudadas, exceto no segundo corte do amendoim forrageiro, onde se observou redução linear (P<0,05) do IAF com o aumento do sombreamento. O sombreamento crescente estimulou aumento significativo (P<0,05) do comprimento de pecíolos, colmos e lâminas foliares, juntamente com a altura média do dossel, nas espécies avaliadas, em todos os cortes estudados. Os níveis crescentes de sombra também promoveram diminuição linear (P<0,001) da densidade populacional de perfilhos (n m-2) no dossel de braquiária. Por outro lado, o peso médio dos perfilhos só foi afetado de modo significativo no terceiro corte, observando-se aumento linear (P<0,01) com o incremento nos níveis de sombra. De modo geral, a proporção de folhas e caules/colmos e conseqüentemente a relação folha:caule/colmo, tanto da gramínea quanto da leguminosa, não foram afetadas significativamente (P>0,05) pelos tratamentos. O teor de matéria seca das duas espécies avaliadas foi reduzido (P<0,05) com o aumento dos níveis de sombra. Tanto o amendoim forrageiro quanto a braquiária, apresentaram incremento (P<0,05) no teor de PB em função do sombreamento. As plantas de amendoim forrageiro, submetidas a níveis crescentes de sombra, apresentaram incremento (P<0,05) nos teores de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA). Na braquiária, o sombreamento crescente não causou alterações significativas (P>0,05) nos constituintes de parede celular, no primeiro corte. Já as plantas coletadas no segundo corte apresentaram queda linear (P<0,05) nos conteúdos de FDN e FDA, com o incremento nos níveis de sombra. No terceiro corte da gramínea, o sombreamento promoveu incremento (P<0,05) apenas nos teores de FDA. O teor dos macronutrientes cálcio (Ca), magnésio (Mg), fósforo (P) e potássio (K) não apresentou comportamento padrão entre as espécies e cortes avaliados, mas de modo geral, o conteúdo destes minerais, quando alterado, aumentou em função dos níveis crescentes de sombra. Apesar das alterações na composição química das espécies submetidas ao sombreamento, a digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) da gramínea e da leguminosa não foi afetada de modo significativo (P>0,05) em nenhum dos cortes. Embora as plantas sombreadas tenham sofrido alterações anatômicas e morfológicas, que indicam boa aclimatação e tolerância das espécies às condições de baixa luminosidade, o valor nutritivo das forrageiras não foi afetado de forma expressiva pelo sombreamento. Tanto o amendoim forrageiro quanto a braquiária são espécies com bom potencial para produção de forragem de qualidade em sistemas silvipastoris, onde o nível de transmissão luminosa fique em torno de 50% da radiação fotossinteticamente ativa.

ASSUNTO(S)

brachiaria decumbens shading arachis pintoi sombreamento pastagem e forragicultura arachis pintoi brachiaria decumbens

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