Ciência e arte em José dos Reis Carvalho: a pintura na Comissão Cientifica de Exploração do Ceará (1859-1861)

Cláudio José Alves

Essa dissertação refere-se à obra de José dos Reis Carvalho, sua formação acadêmica e atuação na Comissão Científica de Exploração enviada ao Ceará, em 1859 até 1861, por D. Pedro II Embora em sua formação Neoclássica, iniciada nas primeiras décadas do século XIX, utilizou fundamentos clássicos relacionados à representações do corpo e da natureza, já na metade do mesmo século, realizou pinturas na Comissão Científica de Exploração nas quais os modelos antigos foram superados. O intuito dessa pesquisa é identificar os pressupostos teóricos que influenciaram a técnica de José dos Reis Carvalho, assim como relacionar as pinturas realizadas por ele com o período Histórico em que participou da Comissão Científica de Exploração. Nesse momento pintores como Victor Meirelles de Lima, como em A Primeira Missa no Brasil (1860), retratavam o Brasil numa perspectiva ufanista, a natureza era símbolo de exuberância da jovem nação, os índios eram bons selvagens e a escravidão era esquecida. Buscamos comparar o trabalho de José dos Reis Carvalho com as influências estéticas de sua época e nele iremos perceber que, ao tratar da questão da seca, buscou identificar, na cultura brasileira, elementos próprios da realidade local. Com um padrão estético próprio, deu às suas obras um caráter envolto de questões sociais da época e representou o homem em conflito com uma paisagem que o hostilizava. A partir de documentos produzidos por membros da Comissão Científica de Exploração, os quais trataram da questão da seca, identificamos os motivos que conferiram a José dos Reis Carvalho um olhar próprio, muito próximo da condição cultural do povo brasileiro

Ciência e arte em José dos Reis Carvalho: a pintura na Comissão Cientifica de Exploração do Ceará (1859-1861)

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