Cefaleia atribuÃda à ingestÃo ou inalaÃÃo de estÃmulo frio: um modelo experimental

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A cefaleia induzida por estÃmulo frio (CIEF) ocorre durante a aplicaÃÃo deste estÃmulo a um indivÃduo externamente, ou por ingestÃo ou inalaÃÃo. A dor à descrita como de curta duraÃÃo e pode ser aguda. A maioria dos estudos mostra maior susceptibilidade de indivÃduos migranosos em desenvolvÃ-la, porÃm esses mecanismos ainda nÃo estÃo bem esclarecidos. Objetivo: Estimar a prevalÃncia e analisar as caracterÃsticas clÃnicas da CIEF e sua relaÃÃo com a migrÃnea. Avaliar se os critÃrios da IHS sÃo suficientes para o diagnÃstico da CIEF em uma populaÃÃo utilizando um modelo experimental do teste do gelo. MÃtodo: 414 voluntÃrios foram entrevistados aleatoriamente atravÃs de um questionÃrio autoadministrado identificando idade, sexo e histÃria de cefaleia. O diagnÃstico de migrÃnea foi feito baseado nos critÃrios diagnÃsticos da IHS. Para induzir a cefaleia por estÃmulo frio, colocou-se um cubo de gelo padronizado (20x15X35 milÃmetros) na Ãrea do palato, por 90s. O questionÃrio sobre o impacto da dor de cabeÃa â HIT foi aplicado a essa amostra. Resultados: Dos 414 voluntÃrios 266 (64,3%) eram mulheres e 148 homens (35,7%). A idade variou de 8 a 84 (30,6  12,4 anos). Dos indivÃduos testados 153/414 (37%) apresentaram CIEF [106/266 mulheres (39,8%) e 47/148 homens (31.8%)] p = 0,126; cÂ. A regiÃo frontal e temporal foi a mais atingida com predomÃnio bilateral e do tipo pulsÃtil. Dos indivÃduos que apresentaram cefaleia prÃvia 147/379 (38,8%) referiram dor no teste do gelo. Dos que nÃo tinham histÃria de cefaleia anterior apenas 7/35 (20%) apresentaram dor no teste do gelo; p = 0,028, cÂ. Dos portadores de cefaleia prÃvia 240/379 (63,3%) eram migranosos e 139/379 (36,7%) eram nÃo migranosos. O teste do gelo foi positivo em 47,9% dos migranosos (115/240) e em 23% dos nÃo migranosos (32/139); p <0,0001; cÂ. Os migranosos apresentaram um percentual mais elevado de sensibilidade ao gelo n = 115 (47,9%) quando comparado com os nÃo migranosos n = 32 (23%) e com os sem cefaleia prÃvia n = 7 (20%); p <0,0001 cÂ. Dos migranosos 133/240 (55,4%) referiram histÃria prÃvia de CIEF em relaÃÃo aos nÃo migranosos 58/139 (41,7%); p = 0,014, cÂ. IndivÃduos com histÃria de CIEF tem cinco vezes maior risco de desenvolve-la; RP = 5,52 IC (3,76 â 8,09). NÃo houve diferenÃa estatÃstica em relaÃÃo à idade nos grupos testados (teste positivo 28,6  11,8 versus teste negativo 31,7  15,7) p = 0,2008 Mann-Whitney. IndivÃduos com histÃria de cefaleia anterior tÃm duas vezes mais chance de desencadear CIEF. RP=1,939 (0,988 â 3,807). Dos 147 entrevistados com histÃria prÃvia de cefaleia que tiveram o teste do gelo positivo, 71 (48,3%) deles relataram que a CIEF ocorreu no local habitual da cefaleia anterior. Os voluntÃrios com teste do gelo positivo tinham maiores escores no HIT; p = 0,0001. ConclusÃo: a CIEF à predominantemente fronto-temporal bilateral e pulsÃtil, afetando mais comumente os pacientes migranosos. Os critÃrios estabelecidos pela IHS sÃo falhos para o diagnÃstico da CIEF

ASSUNTO(S)

migraine ice cream cold stimulus headache cefaleia sorvete migrÃnea prevalence neurologia estÃmulo frio prevalÃncia

Documentos Relacionados