CAVALEIROS ANDANTES PORTUGUESES EM PARIS E NO RIO DURANTE O SÉCULO XIX: TRADUÇÃO COMO RESPOSTA AO EXÍLIO EM CIDADES GLOBAIS

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Trad.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-04

RESUMO

Resumo O presente artigo procura explorar a forma como um corpus de romances picarescos traduzidos para português e publicados em Paris em meados do século XIX poderá ter intentado ajudar a diáspora portuguesa a lidar com o desafio de ser migrante numa cidade global. Através da análise contextual, argumentar-se-á que estes romances formaram parte de projetos culturais mais latos com o objetivo de estabelecer redes de solidariedade entre os exilados portugueses em Paris e, ao mesmo tempo, de conservar o multilinguismo na comunidade migrante. Através da análise textual da obra Dom Severino Magriço ou o Dom Quichote Portuguez (Paris, Pillet Fils Aîné, 1851), defender-se-á, primeiramente, que este texto parece mostrar um compromisso em falar para os exilados absolutistas portugueses em Paris e, provavelmente, no Rio de Janeiro. Depois, tentar-se-á demonstrar que a diegese deste romance apresenta formas de dialogar com múltiplos Outros. Concretamente, este texto de chegada, inspirado na obra de Cervantes e formado por fragmentos traduzidos de diferentes textos de partida, parece aconselhar o leitor a, por um lado, não ter medo do desconhecido e, por outro, conhecer os vizinhos globais através da leitura e comparação de cânones literários nacionais.

ASSUNTO(S)

exílio absolutista cosmopolita solidariedade revolução herderiana dom quixote

Documentos Relacionados