Caracterização petrográfica e tecnológica dos riodacitos da raiz de um domo na região de Frei Caneca, São Marcos, RS

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A pedreira da área de Frei Caneca, São Marcos, RS, é a uma jazida de riodacitos ornamentais gerados a partir de uma zona de alimentação de um domo ácido. Esta zona é caracterizada por um forte bandamento de fluxo, que alterna bandas escuras hipocristalinas com bandas avermelhadas de mesma composição, porém oxidadas. Observa-se também autobrechas e brechas hidráulicas além de xenólitos de basaltos extraídos durante a ascensão do magma ácido. O vulcanismo ácido da região de São Marcos pode ter sido gerado por sucessivos derrames que atingiram uma espessura mínima de 240 m. Não foi possível estabelecer o número destes derrames. A individualização do derrame da área de Frei Caneca pode ser inferida a partir de uma zonalidade definida pela presença de um nível de pitchestone no contato com o derrame básico sotoposto, transicionando para vitrófiros e granófiros em direção a sua porção central e de topo. As zonas intermediárias dos fluxos ácidos caracterizam-se por uma textura equigranular fina construída a partir de uma petrotrama micropoiquilítica a microgranofírica, ambas geradas por desvitrificação. Na porção de topo dominam vitrófiros. A configuração geral das estruturas de fluxo da unidade ácida é sugestiva de uma estrutura dômica como forma geral do corpo ígneo. Na área estudada o bandamento de fluxo tem direção geral leste–oeste e disposição subvertical. A disposição basal e lateral dos pichstones, a relação entre os vitrófiros e granófiros e a disposição geral dos do bandamento de fluxo sugerem uma estruturação dômica com alimentação através de fissuras de direção leste-oeste. Os riodacitos foram gerados a partir de fluxos de lava ácida de alta temperatura (1049°C e 972°C) e não constituem reoignimbritos, como sugerido na literatura. Na estratigrafia das unidades vulcânicas ácidas constata-se a ausência de texturas piroclásticas na base dos fluxos. Adicionalmente não são constatadas modificações texturais, tanto verticalmente como lateralmente, que são típicas de fluxos piroclásticos de alta temperatura. Petrograficamente os vulcanitos de São Marcos apresentam características de lavas ácidas com fenocristais subédricos a euédricos e ausência de litoclastos, cristaloclastos, shards e púmices, constituintes típicos de ignimbritos e reoignimbritos. Dados de litoquímica indicam que as lavas são riodacitos do grupo Palmas e subgrupo Caxias do Sul. Sotoposto a este episódio ácido afloram seis unidades efusivas de rochas básicas, incluindo quatro derrames do tipo pahoehoe e dois derrames do tipo a’a’. Os resultados dos ensaios tecnológicos (índices físicos, massa específica aparente seca, velocidade de propagação de ondas longitudinais, desgaste por abrasão Amsler, impacto de corpo duro e brilho) obtidos até o momento são favoráveis e sugerem o uso destes litotipos como rocha ornamental, especificamente como revestimento e piso interno.

ASSUNTO(S)

são marcos (rs) petrografia serra geral formation rheoignimbrites rochas ornamentais volcanic conduct technologic essay ornamental rocks

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